quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Vídeo aula 25 - Estratégias de projetos e a construção da rede

Esta vídeo aula o professor Ricardo Pátaro tratou sobre a elaboração e as etapas de um projeto interdisciplinar. São elas:

- Escolha de um tema amplo
Tema a ser escolhido pela escola ou pelo professor. Sugestão: temas transversais tratados nos PCN´s.

- Aproximação do tema
O professor apresenta o tema aos alunos para que eles comecem a se familiarizar com o assunto.

- Especificação do tema
Depois que o tema é apresentado aos alunos é hora de especificar o tema é hora de traçar onde professor e aluno querem chegar, especificamente.

- Problematização
As crianças fazem perguntas sobre o tema e estas perguntas nortearão o projeto

- Planejamento docente
O professor escolhe os conteúdos e as disciplinas que serão trabalhadas no projeto.

- Busca coletiva de resposta
É a elaboração da rede de conhecimento que levará as respostas sobre as perguntas dos alunos e as colocações do professor. Etapa final, onde o objeto de estudo deve ficar esclarecido e compreendido pelas crianças usando todos os mecanismos descritos anteriormente. É o produto final da pesquisa.

Devo ressaltar que o projeto é flexível e sujeito a falhas. Embora tenha todo um planejando o projeto anda de acordo com sua elaboração, as perguntas dos alunos, assuntos e dúvidas que podem surgir. Essa é uma imagem da rede de conhecimento exemplificada na vídeo aula, cujo tema era "Trabalho Infantil e Educação no Brasil":


Vídeo aula 24 - Diversidade/pluralidade cultural na escola

Outro grande desafio da educação: é possível educar na diferença? 
A resposta, obrigatoriamente, tem que ser sim.
Pois, a escola hoje é talvez um dos lugares de maior heterogeneidade cultural. A escola está aberta à todos, e todos devem frequentar, aprender, ensinar. Mas como trabalhar numa classe com diferenças culturais tão gritantes e evidentes? Acho que a única solução é abraçando cada aluno como SER HUMANO, independentemente da sua cultura / religião / crença. É enxergar cada aluno como uma criança, ou um jovem, e não enxergar o aluno como "o deficiente", ou "o negro", ou "o muçulmano". É claro que cada crianças é diferente uma da outra, mas isso acontece mesmo nas crianças criadas em culturas idênticas. Não devemos olhar o outro como se ele fosse exótico, ou diferente, pois ele é apenas mais um ser humano como todos nós. Não devemos rotular ou estereotipar nossos alunos (e nem ninguém!), pois cada pessoa tem uma necessidade, cada pessoa tem sua busca, cada pessoa tem sua personalidade. A cultura não define o caráter de ninguém, e não existem culturas melhores ou piores, TODAS devem ser respeitadas. 
Embora todos os alunos sejam seres humanos (iguais), cada um tem suas características inatas e/ou adquiridas, cabe ao professor conseguir ter um olhar mais profundo pra identificar as habilidades de cada aluno e explorá-las. Ou identificar os maus valores das crianças e combatê-los, promover a cidadania e a democracia. O que eu quero dizer é que: embora todos os alunos sejam iguais, todos os alunos são diferentes, independente das questões culturais. 
Infelizmente, o preconceito está presente na nossa rotina escola, e muitas vezes partem dos próprios adultos, o que é gravíssimo pois os educadores são reflexos para as crianças. Como cobrar uma postura humanista de todos os professores da minha escola? Através de muito diálogo, assembleias, discussões, dinâmicas. O educador não pode ser preconceituoso de maneira nenhuma, o que não significa que ele tenha que aceitar todas as culturas, MAS ele deve promover o convívio pacífico entre a classe e entre as diferenças. Exemplo: mesmo que ele seja de uma religião e não concorde com a religião de seu aluno, isso não deve nunca ser demonstrado. Seu discurso em sala de aula tem que promover a aceitação e a inserção de todas as culturas, diferenças e etnias porque independente dessas questões, somos todos indivíduos especiais e devemos ser respeitados.

Para ilustrar, um vídeo já bem conhecido mas que eu não poderia deixar de compartilhá-lo nesse post =)


Vídeo aula 23 - Assembleia escolares e democracia escolar

(Disponível em http://migre.me/btzfU)

A Escola Comunitária de Campinas realiza as Assembleias há seis anos e percebe a diferença de quanto não discutia seus problemas com os alunos. Lá eles realizam as assembleias de classe (cada professor com sua turma, dentro da sala de aula), as assembleias de escola (com representantes de todas as classes, representantes de professores, funcionários e direção), e as assembleias de professores. 

O objetivo principal de praticar assembleias com os alunos é incentivá-los a resolver os conflitos democraticamente. É um meio de desenvolver a capacidade de raciocínio, de argumentação e de contra argumentação; e consequentemente desenvolver a criticidade dos alunos. É um espaço onde eles podem discutir coisas que os aborrecem e também deve haver um momento de "felicitação" - onde os alunos falam sobre coisas positivas da classe ou da escola. Interessante observar que são os próprios alunos que levam as queixas e as felicitações, isso já é um diferencial pois a escola dá voz ao aluno, dá espaço para ele exteriorizar um problema que pode estar vivenciando ou presenciando. Quando o aluno procura resolver seus problemas discutindo-os, consequentemente vemos uma diminuição dos índices de indisciplina e violência escolar. Outra consequência é que o aluno aprender a ouvir, aprender a respeitar a opinião do outro, aprende que os problemas podem ser resolvidos de forma democrática com a participação de todos em prol do bem comum. Esse é um aprendizado que o aluno levará para toda sua vida, e esperamos que ele realmente aprenda a problematizar, discutir, e chegar num consenso. Podemos perceber no nosso entorno (trabalho, escola, família) que existem muitos adultos que deveriam aprender com essas crianças. Esse alunos será um cidadão mais participativo na sociedade, terá mais consciência políticas e das coisas públicas. Um exemplo é quando as crianças pedem assembleias para ressaltar um problema quando estão em casa, ou seja, essas crianças já internalizaram essa forma democrática de resolução de problemas. Essa é mais uma maneira de fazer da escola um ambiente mais agradável com participação efetiva dos alunos, e mais uma maneira de construir e/ou oferecer valores morais para as crianças. 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Vídeo aula 22 - Prática de projetos e transversalidade em sala de aula: questões de gênero no cotidiano escolar

Os temas transversais tem como finalidade levar questões de cunho sócio-culturais aos nosso alunos, questões que ele não veria nas disciplinas comuns e portanto são inseridas na forma de projetos que são desenvolvidos na escola. É importante sempre desenvolver projetos que envolvem toda a equipe escolar e escolher temas que estão no cotidiano dos alunos.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´s) sugerem alguns temas transversais para que sejam trabalhados nas escolas: Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde, Orientação Sexual e Temas Locais e hoje vamos falar especificamente sobre a Orientação Sexual.

Para isso vou disponibilizar aqui um relato de uma professora americana que achei muito interessante pela forma que ela aborda as questões de gênero com seus alunos da primeira série. Acompanhem:

Era uma vez uma professora de primeira série. Na mesma escola, nos EUA, alguns anos antes, ela tinha considerado estranho uma colega falar sobre gênero no maternal. Achou exagerado, seria cedo demais! Mas depois de ter duas filhas e perceber toda a divisão que há entre os “sexos opostos” (opostos a quê? Por que essa oposição?), esta professora mudou de ideia. Ademais,ela teve uma aluna, Allison, que preferia ser chamada de Allie, que não tinha um gênero muito definido. As crianças muitas vezes se referiam a Allie como menino. A professora ligou pros pais (compreensivos) de Allie, que perguntaram a ela o que queria que fosse feito: ela, a professora, deveria corrigir quem chamasse Allie de menino, ou não dizer nada? Allie pediu pra corrigir. Quando a professora disse pra turma pela primeira vez que Allie era menina, alunos fizeram perguntas na sala: “Por que Allie se veste como menino?”, “Se você émenina, por que se parece com um menino?” 
Esta professora então decidiu a começar a falar com alunos sobre gênero. Primeiro, trouxe um livro infantil sobre um menino que queria uma boneca mais do que nada, contra os desejos de seu pai. Em seguida, ela fez duas colunas, meninas e meninos, e pediu que as crianças citassem brinquedos para cada gênero. Quando as duas colunas estavam cheias, ela passou a perguntar se meninas podiam brincar de Lego, por exemplo. A maior parte não viu problema nenhum nisso. Perguntou se meninos podiam brincar de boneca. Como haviam acabado de ler o livro, não houve oposição. “Será que alguma menina aqui brinca de carrinho?”. “Eu! Eu!”, algumas responderam. Só houve hesitação quando chegaram na parte de esmalte e maquiagem. Nisso as crianças pareciam irredutíveis: aquilo era só pra meninas. A professora então lembrou que alguns roqueiros usavam maquiagem. Alguns alunos começaram a se lembrar de casos, inclusive casos na família: “Meu tio pinta as unhas de preto”. E as barreiras de gênero foram se misturando. 
Allie tinha vergonha de ir ao banheiro, e quase nunca ia. Nas vezes em que queria ir, a professora lhe dava a chave para um banheiro que não era nem para meninos nem para meninas. Mas o problema persistia porque, como tantas professoras, esta também pedia para as crianças fazerem duas filas, uma para cada gênero. A professora pensou em novas maneiras de fazer as crianças se dividirem em duas filas: “Quem gosta mais de gatos fica nessa fila. Quem gosta mais de cachorro, fica nesta”. Ela testou várias categorias, que eram variadas diariamente, e as crianças adoravam: leite ou suco, calor ou frio, futebol ou basquete, praia ou piscina, sorvete ou bolo. Ela também passou a adotar termos como “crianças”, em vez de “meninos e meninas”. 
Como um garoto havia sido alvo de brincadeiras por ter um estojo da Hello Kitty, e sua irmã, por ter um estojo com caveiras, a professora usou alguns livros de Tudo Bem Ser Diferente (ela já havia usado outros livros da série, como Tudo Bem Usar Óculos, Tudo Bem Vir de Outro Lugar, Tudo Bem Ser de Outra Cor). Ela começou perguntando quantos já tinham ouvido que não podiam fazer determinada coisa por serem meninos ou meninas. Muitas mãos foram levantadas. Ela leu um livro em que um garoto é bullied por preferir dançar a praticar esportes. As crianças empatizaram com o personagem. 
Já que a professora queria não apenas ampliar as fronteiras de gênero, mas também contestá-las e eliminá-las, ela pediu aos alunos para fazer desenhos para ilustrar o tema de “Tudo Bem Ser Diferente”. Uma aluna desenhou duas noivas. Os desenhos foram expostos no mural da escola.
Allie continuou enfrentando muitos problemas, mas pelo menos a situação na escola melhorou pra ela. E, lógico, melhorou para as outras crianças. Todo mundo ganha em viver num mundo mais tolerante, mais inclusivo.
A professora diz que seu papel não é responder perguntas como “Por quê?” ou julgar -– é ensinar, e ela não pode ensinar se as crianças estão desconfortáveis na sala. E que seu trabalho é preparar alunos para serem parte da sociedade e conviver com todos os tipos de pessoas. Ela termina o relato contando que uma manhã recebeu uma mensagem de uma mãe: “Andrew diz que quer uma boneca de ninar e ele não liga se é só pra meninas. Obrigada, Ms. Melissa!”.





Disponível em http://migre.me/bs7Ui.

Vídeo aula 21 - Sentimentos e afeto como tema transversal

Qual a importância de trabalhar os sentimentos e o afeto transversalmente, na escola? A importância se dá porque os sentimentos e o afeto estão diretamente ligados aos valores e a moral de cada aluno. Através dos sentimentos conhecemos o aluno e podemos diagnosticar e trabalhar valores que podem estar deficientes.

Conceituando o termo valor, segundo Jean Piaget, são trocas afetivas que a pessoa realiza com o exterior. É a projeção do sentimento sobre algum objeto, pessoa, relação ou ele mesmo. A grosso modo, aquilo que a pessoa gosta ou aquilo que ela não gosta. O valor pode ser positivo e pode ser negativo. Com esse conceito de valor já poderíamos realizar um trabalho com as crianças pra identificar alguns sentimentos e identificar alguns traços da personalidade do aluno.

Sobre auto-estima entendemos os sentimentos que projetamos sobre nós mesmos. É de extrema importância trabalhar a auto-estima dos alunos, visto que ela é causa de alguns conflitos. O aluno que tem a auto-estima baixa não dá a mesma importância para os valores do que um aluno que tem auto-estima elevada. Esse aluno se sente inferiorizado, então pode vir a pensar que "não tem nada a perder". O professor pode ajudá-lo a resgatar essa auto-estima buscando e valorizando habilidades nesse aluno. É uma motivação pra ele se perceber como integrante do todo, e não um ser excluído. 

E é fundamental que os alunos também tenham uma visão de auto-conhecimento, ou seja, tenham sensibilidade para conhecer a si mesmo para então, resolver e encarar os problemas de forma equilibrada. O auto-conhecimento é essencial na vida escolar porque está ligada à autonomia. Se eu não me conheço como posso dizer o que eu quero ou não fazer?  Sem auto-conhecimento não há autonomia e tais conceitos devem ser trabalhados desde as séries iniciais para que fiquem mais claros para o entendimento da criança.

E como incorporar os sentimentos na escola?
Transformando sentimentos e afetos em objeto de ensino e aprendizagem. Podemos perceber que em algumas situações da escola os alunos agem impulsivamente sem ao menos entender o que estão sentindo. E ao explicitar esse sentimento o professor pode colocar ao aluno a dimensão de seu ato. Quando ele age impulsivamente ele não pensa nas consequências da ação, uma vez que o aluno entende o que se passa/o que sente, ele pode trabalhar para inibir ou controlar aquele sentimento. É o que ocorre quando um aluno envergonhado de determinada situação se torna violento. Se ele perceber que aquela situação, por mais que seja embaraçosa, é uma situação que acontece com as pessoas será mais fácil dele controlar os impulsos e a agressividade. Tornando os sentimentos e o afeto como objetos de conhecimento, o professor consegue trabalhar as relações cotidianas, as relações inter-pessoais, as relações afetivas. E uma vez que o objeto de conhecimento se torna inteligível, as crianças terão uma visão de cidadania e respeito muito mais profundas.

(Disponível em http://migre.me/bs2Qq)

Vídeo aula 20 - Violência a educação

(Disponível em http://migre.me/brWYn)

Falar sobre a violência escolar é extremamente difícil, pois ela nos fere, nos ofende e nos deixa perplexos. Emudecemos diante dela. Mas para que seja trabalhada, transformada e diagnosticada é necessário que aprofundemos na questão exatamente para tentar desmitificá-la. É importante a postura do profissional da educação ao tratar a violência, essa pessoa não pode ter um discurso derrotista ou conformista como muitas vezes ouvimos "esse aluno não tem mais jeito / não posso fazer nada / a violência tomou conta da escola". NÃO é assim que vamos vencer a violência. Devemos ter uma postura rígida, porém estar atentos pras razões pelas quais aqueles alunos estão sendo violentos. O aluno violento também sofre, ele precisa de cuidados e acompanhamento para tentarmos descobrir o que leva ele agir violentamente. 

Existem inúmeras formas de violência: verbal, física, ameças, vandalismo - e cada situação deve ser analisada especificamente. Não podemos generalizar e tratar da mesma maneira todos os tipos de violência. Cada uma teve uma razão para acontecer e a escola tem que analisar e investigar o que levou tal aluno a esse ato.

Há também um tipo de violência que começa nos entornos mas acaba entrando na escola. São geralmente ocasionadas pelo problema das drogas e do tráfico. Algumas gangues levam essa violência para dentro da escola e a comunidade escolar tem que entender que existem coisas que compete à ela, e outras não compete à ela. No caso desse tipo de violência que é devido ao tráfico de drogas a escola tem que fazer parcerias para assegurar seus alunos. Parcerias com a própria comunidade, com os moradores e com a segurança pública também. Para isso é necessária uma conexão embasada em muito diálogo e proximidade com intuito de proteger a escola.
Outro tipo de violência que acaba entrando na escola é a violência familiar, que os alunos infelizmente presenciam /ou sofrem. Aí a escola tem que procurar outros meios para que essa criança seja tratada adequadamente. Muitas vezes essa criança precisa de apoio psicológico e tratamento médico. Para tal a escola tem que acionar o Conselho Tutelar, Postos de Saúde, a própria família ou outros órgãos que ofereçam ajuda e alternativas para o problema.

E há a violência que é gerada dentro da escola, que são os conflitos entre os alunos, e entre os alunos e os professores. Não é difícil de acontecer uma vez que somos humanos e teremos mais afinidades com uns do que com outros. Porém, nós como profissionais da educação temos que acolher os alunos da mesma maneira, não podemos fazer distinção entre eles. O aluno não pode se sentir discriminado dentro da sua própria escola. Algumas escola têm conflitos com os adultos, professores, funcionários. Cabe a direção nesse caso trabalhar o valor de cooperação e espírito de equipe entre essas pessoas. Quando há uma conexão entre o corpo docente, a direção e os funcionários isso acaba chegando aos alunos de alguma forma e é uma maneira de combater a violência.

Vídeo aula 19 - Podem a ética e a cidadania ser ensinadas?

Podem a ética e a cidadania ser ensinadas? 
Este é o desafio principal da escola, de hoje e de sempre. Formar não só estudantes de História e Geografia, mas formar também cidadãos críticos e responsáveis.
A ética e a cidadania podem sim serem ensinadas, mas não com palavras, teorias ou sermões mas, com AÇÕES EFETIVAS, práticas, exemplos. Ensinamos menos por teoria mais por práticas. Somos reflexos e referências para os nosso alunos e a cada ação nossa, eles analisam e podem copiar. Essa é uma grande responsabilidade para o professor, ele tem que ter a noção de que é um espelho para seu aluno, ainda mais se estes alunos forem crianças. A psicologia também repete que a criança tem como referência aquele que está em papel de destaque na sua vida.  Somos todos professores de ética e cidadania, independente de estarmos numa sala de aula ou não. Mesmo que se não estivéssemos envolvidos na educação, assim também seríamos professores de ética, as pessoas nos tomam como exemplos o tempo todo. Diante disso não só a escola tem essa função de educar para a ética, para a moral mas toda a sociedade tem essa responsabilidade: as religiões, a mídia, a família. Cada qual no seu grau de influência na vida da criança, mas todos temos essa responsabilidade. E assim como devemos aproveitar que somos influência positiva, devemos ficar extremamente atentos para os exemplos negativos que transmitimos às crianças. A criança não aprende sozinha o preconceito, os vícios, a violência. Alguém, consciente ou inconscientemente, passou tais valores negativos para ela.

Aristóteles nos diz que existem três fatores que tornam o homem bom: a natureza (o caráter), a razão (sua capacidade de pensar, raciocinar) e o hábito (as ações, o modo de vida, o cotidiano). E Aristóteles é enfático quando coloca que é função da educação fornecer tais suportes para a formação dos alunos.  "A sociedade democrática forma cidadãos democráticos. Uma formação democrática aperfeiçoa uma sociedade democrática". Brilhantes palavras. Eu percebo que a sociedade e a família estão se eximindo da responsabilidade ética e cidadã das nossas crianças e este é o maior problema da escola atualmente. Recebemos alunos sem limites, sem instrução, sem regras, sem moral e a escola sozinha não consegue educar seus alunos se em casa ele tem exemplos negativos de desonestidade, se nas novelas ele tem exemplos negativos de ganância, egoísmo, por exemplo. E é por essa transferência de responsabilidade que a família está acumulando para a escola que toda a sociedade vive em anomia (a escola não dá conta!!!). Tem que haver sincronismo no que o aluno aprende na escola com o que ele aprende em casa e na rua. Vivemos numa sociedade doente e carente de solidariedade, justiça, honestidade, tolerância. Devemos repensar nos exemplos que estamos deixando pros nossos filhos, sobrinhos, alunos.

Sócrates vai salientar a importância de cuidar da virtude dos jovens, da educação moral, da educação ética. E ele coloca a pergunta "quem pode educar para a ética? quem tem direito à cidadania" E a resposta que recebe é que TODOS devemos educar para a ética, menos com palavras mais com ações. Sócrates é condenado por ensinar os jovens atenienses, ele dá sua vida pela educação, por suas crenças. 

A formação ética e cidadã é responsabilidade de todos nós. Não podemos ignorar tal fato. A sociedade carece que nos importemos mais com essa responsabilidade. 

(Disponível em http://migre.me/brRMO)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Vídeo aula 18 - Educação Integral



Ao meu ver, a Educação Integral é uma tendência cada vez mais forte de ensino no Brasil. É um processo gradativo e ainda lento, mas que aos poucos vai ganhando espaço e estrutura. É interessante e enriquecedor porque não está só preocupado em formar os alunos no ensino regular, mas tem uma preocupação extra em ensinar outras disciplinas que ajudam no desenvolvimento inter-pessoal, no desenvolvimento do aluno com ele mesmo e no desenvolvimento com a sociedade de uma forma geral. 

A Escola Municipal Jacyra Vieira Baracho cumpre de forma espetacular todas essas funções e ainda auxilia no desenvolvimento da autonomia da criança, uma vez que são elas quem escolhem os ateliês (oficinas) que querem participar. E também desenvolvem a criticidade, o papel cidadão de cada criança, já que elas também escolhem os temas que querem trabalhar dentro de cada ateliê. Nós percebemos que tudo é decidido e organizado de forma democrática e justa e o aluno se sente inserido e abraçado por esse modelo educacional. Percebemos que é um esforço e um trabalho em equipe entre todas as pessoas que trabalham na escola, da direção aos professores. Todos ali acreditam e se empenham nesse novo projeto. Essas pessoas aceitaram um desafio que é sair da mesmice das salas de aula e tiveram a coragem de enfrentar a novidade, e está dando muito certo em parte pelo tamanho do envolvimento de todos que ali trabalham. 

É importante ressaltar o carinho dos alunos pela escola, já que a escola (como na primeira atividade do dia) acolhe integralmente. Acredito que quando o profissional trabalha com carinho, com empenho e com dedicação, como ocorre nessa escola, todo seu retorno será positivo. Uma frase interessante do vídeo é aquela que diz que todos os espaços são espaços de aprendizagem. Quem disse que a aprendizagem só começa dentro da sala de aula? Quem disse que a aprendizagem está limitada entre quatro paredes? Outra particularidade que eu considero ser muito importante na Educação Integral é que uma vez que o aluno passa mais tempo dentro da escola, menos tempo ele fica nas ruas muitas vezes aprendendo coisas indevidas. Mas não significa que na escola ele não vai se divertir, nem ter sua hora de lazer.

Acredito que falte nos profissionais da educação acreditar naquilo que eles estão fazendo. Sair da posição comodista de só reclamar da precariedade da educação e fazer alguma coisa efetiva e nova para conquistar seus alunos. E ressaltando que a Educação Integral é uma tendência, acredito que ela deve ocorrer como na escola Jacyra Vieira Baracho, onde os alunos são autônomos a ponto de decidir o que querem estudar nos momentos das oficinas. A escola não deve ser imposta, porque tudo que é imposto vira um fardo. A escola tem que ser acolhedora, o aluno tem que se sentir à vontade e sentir a agradabilidade do ambiente. 

(Disponível em http://migre.me/bqCtX)

Vídeo aula 17 - Pedagogia de Projetos

Na pedagogia de projetos encontramos uma das melhores maneiras de trabalhar a transversalidade e a interdisciplinaridade pois fornece espaço, interação e diálogo entre as disciplinas num determinado assunto que ultrapassa o conteúdo programático.

Vimos o exemplo da Escola Comunitária de Campinas que trabalha a Escravidão com os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental e com os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental que trabalham a Baixada Santista. Com os alunos do 5º ano houve uma integração entre as disciplinas Português, História, Geografia e Matemática. Com os alunos do 9º ano a integração aconteceu entre as disciplinas História, Geografia e Ciências.

Em ambos os projetos é importante salientar o interesse dos alunos. É evidente que na Pedagogia de Projetos a aula fica mais interessante, e como disse a aluna: uma vez que você aprende o todo e não as partes, fica mais fácil o entendimento e também mais completo.

Esse é um vídeo da professora Cristiana Assumpção que fala de uma forma sucinta o conceito de interdisciplinaridade e ressalta uma das ideias centrais da vídeo aula 17. Ela diz que a  realidade é interdisciplinar, o mundo é interdisciplinar, então porque não estudar e aprender de forma interdisciplinar.




Vídeo aula 16: A construção de valores e a dimensão afetiva

Nessa vídeo aula, a professora Viviane Pinheiro fala sobre a afetividade na construção de valores.
Ela parte do estudo de Jean Piaget que coloca a afetividade como fonte de energia para a cognição, ou seja, a afetividade como motivação para a cognição. Mas ao longo do seu discurso percebemos que a afetividade não é só um fator motivacional para a cognição, mas também é um aspecto organizativo do psiquismo humano, em outras palavras: os sentimentos também organizam e determinam nossas ações, nossos pensamentos e principalmente nossos valores. Agimos conforme sentimos. Se eu me sinto bem ao realizar uma boa ação, então repetirei essa ação, o que significa que o valor de generosidade está intrínseco na minha pessoa, mas se eu penso só em mim de forma egoísta, significa que não sentirei nada ao ajudar alguém então o valor de generosidade não está dentro de mim. Mas também não podemos considerar só o aspecto afetivo. Como foi dito na vídeo aula anterior, somos o resultado de uma complexidade de fatores que nos levam ao que somos hoje.

Falando sobre sentimentos, analisamos dois importantes pois regulam os valores morais da pessoa: a culpa e a vergonha. A vergonha está relacionada a forma que eu quero que as pessoas me vejam, se tiver um julgamento negativo de mim mesma, então terei vergonha e consequentemente, desejo de me esconder. Já a culpa está relacionada a auto-avaliação que faço de mim mesma numa determinada situação e com ela vem o desejo de me desculpar ou de me confessar para que a culpa seja aliviada. Entre as similaridades entre vergonha e culpa é que ambas são sentimentos morais, emoções negativas, internas e inter-pessoais. 

Analisando esses sentimentos percebemos o quanto eles devem ser entendidos e estudados dentro da escola, pois eles explicam nossos comportamentos e ações. O professor tem que saber evidenciá-los para que sejam entendidos e compreendidos. Numa situação de agressão verbal por exemplo, o agressor tem que raciocinar dos motivos que ele agride e o agredido tem que perceber a importância que ele dá pra agressão, se ele se ofende ou se ele não liga para tal. O professor não pode apenas colocar panos quentes na briga e ficar por isso mesmo, ele tem que fazer com que os alunos reflitam sobre suas ações e reações e sentimentos. Deve sempre evidenciar os sentimentos, nunca camuflá-los ou negá-los. Deve haver uma constante e eterna busca pelos bons valores. Tudo isso para que  valores como tolerância e respeito sejam internalizados e compreendidos pelos alunos e para que se propague um ambiente agradável de cooperação onde os problemas são resolvidos ativa e positivamente e que a justiça, a solidariedade e a harmonia sejam vivenciados na sua totalidade.

(Disponível em http://migre.me/bqu1A)

Vídeo aula 15 - Dimensões constitutivas do sujeito psicológico

Uma outra sugestão para o nome da aula de hoje poderia ser: a complexidade do ser.
Vimos que o ser humano é um ser extremamente complexo e interativo. Ele interage o tempo todo com ele mesmo e com suas dimensões constitutivas e interage o tempo todo com o meio em que vive, com as pessoas, com sua cultura e suas tradições.
Somos todos assim: adultos, crianças, idosos, pobres, ricos, professores e alunos. E a partir do momento que quantificamos (mesmo que minimamente) essa complexidade, temos um outro olhar para o outro, temos uma visão diferenciada e não mais uma visão simplista ou reducionista. Uma pessoa que comete algum crime não agiu assim simplesmente porque quis, são uma série de fatores que levou ela a essa ato. Uma pessoa que decide trocar de emprego, ela considerará uma série de fatores entre pontos positivos e negativos para sua ação. Assim somos nós enquanto pessoa: um conjunto de fatores que estão conectados dentro da nossa cabeça e do nosso corpo. É mais fácil analisar aquele aluno indisciplinado quando nos colocamos no lugar dele, é mais fácil analisá-lo se soubermos os motivos e os fatores que o levam a agir de tal maneira. Eu, particularmente, considero esse olhar mais profundo como humanismo. Somos todos complexos e não dá para analisar nenhuma situação de maneira simplista.
Falando sobre as dimensões constitutivas do sujeito psicológico podemos destacar quatro delas, que são:

- Fator biológico: nosso organismo, nosso corpo.
- Fator afetivo: nossos sentimentos e emoções.
- Fator sócio-cultural: nossas crenças, tradições e cultura.
- Fator cognitivo: nossa inteligência e intelectualidade.

Essas quatro dimensões explicam muito sobre nós, MAS quando analisamos elas juntas. Todas elas formam nosso sujeito psicológico e sendo assim todas elas têm que ser levadas em consideração quando falamos de uma determinada pessoa. 
Sendo assim, imaginamos agora a sala de aula que é uma diversidade de alunos de diferentes culturas, cada qual com sua singularidade, sua particularidade. Ou seja, cada aluno ali é diferente do outro, cada um tem uma necessidade, cada um tem suas habilidades, suas qualidades e seus defeitos. É função do professor tentar cativar e conquistar cada aluno de acordo com suas habilidades, mostrando o quanto são importantes e diferentes uns dos outros. O professor tem que ser sensível à percepção do outro, de nós mesmos, das pessoas queridas e dos alunos. O professor tem que ser um pouquinho psicólogo pra olhar o outro na sua totalidade, nunca numa visão fragmentada e reducionista.

(Disponível em http://migre.me/bqotm)

domingo, 28 de outubro de 2012

Vídeo aula 14 - Projetos

(Disponível em http://migre.me/bovuR)

Eu vejo os projetos, tanto na vida pessoal quanto na escola, algo como sair da rotina, dar forma, dar vida, movimentar. Projetar é movimentar, é agir, é buscar algo novo. Como diz a vídeo aula e eu achei muito apropriado: é uma ação consciente que nos lança pra frente. É uma ação pessoal, que pode ser feita em grupo, mas todo o grupo tem que enxergar como um projeto pessoal para alcançar o objetivo. Só quem incorpora e quem interioriza o projeto é que vai trabalhar efetivamente para que ele dê certo. 

Existem várias etapas de planejamento e depois ação que devem sempre ser tratadas com cuidado. Traçar os objetivos e as metas; planejar a ação; quantificar os resultados; ponderar os riscos, e etc. mas para tudo isso precisa de um engajamento pessoal porque isso é fundamental pro andamento do projeto. Esse engajamento pessoal é essencial para os projetos escolares e educativos, pois todos os envolvidos têm que acreditar, apostar e trabalhar na mesma intensidade e frequência para que dê frutos. Quando uma pessoa entra num projeto sem acreditar nele, todo o projeto pode ser comprometido pela negatividade e pela descrença dessa pessoa. Então, se não acreditamos num projeto não devemos entrar nele para não atrapalhar as pessoas que acreditam. 

Uma metáfora interessante para falarmos de projeto é vê-lo como se fosse um rio onde a nascente são os sonhos e as utopias que dão impulso para iniciar, o curso do rio seria como o desenvolvimento do projeto e a foz é a conclusão do projeto ou o alcance da meta.

(Disponível em http://migre.me/bovZa)

Vídeo aula 13 - Conhecimentos em rede

Olá, bom dia à todos =)
Na aula de hoje o professor Nilson nos mostrou as especificidades do conhecimento em rede. Essa é uma metáfora para pensarmos sobre os modos de transmissão de conhecimentos.
Antes de falar sobre as redes e em como elas se aplicam na aprendizagem, vamos falar sobre outros modos de conhecimentos que podemos dizer que estão ultrapassados e são limitados, porém não deixam de ter sua relativa importância pois através deles chegamos no conhecimento atual. 

(Disponível em http://escoladeredes.net/


O primeiro modo de conhecimento é o chamado "balde" - onde o professor despeja no aluno o conhecimento sem fazer nenhuma conexão com absolutamente nada, é como se a cabeça do aluno fosse um balde e ele despejasse ali todas as matérias do currículo. É um modo massante e antiquado de aprendizagem. O segundo modo é baseado em Descartes e em seu "Discurso do método" e é conhecido como "cadeia" onde um conceito é encadeado no outro, como se fossem "links" ou ganchos, podemos explicar como se fosse um "isto explica aquilo". Nesse modo o professor não salienta o presente, não dá a devida importância pro seu papel ali no exato momento da aprendizagem, isso porque ele não faz uma conexão do conteúdo pra vida do aluno, ele só diz que o aluno precisa aprender porque vai usar no futuro; e se não consegue ensinar, é porque o conteúdo anterior não foi trabalhado corretamente.

Agora, no conhecimento em rede tudo é conectado à tudo. Todas as disciplinas estão conectadas, todos os conteúdos estão conectados, não dá pra pensar na aprendizagem na disjunção, separando o conhecimento, olhando o conteúdo apenas de um lado. Não! Todos os lados são analisados conjuntamente. É como se fosse uma teia onde tudo se relaciona a tudo. Não é uma visão simplista do conhecimento, mas complexa, porém não significa que seja mais difícil de compreender, pois já que tudo estão interligado o aluno se interessará pelo conteúdo e verá o motivo pelo qual ele está estudando. Dessa forma é mais fácil do aluno absorver e desenvolver o raciocínio. Uma similaridade do conhecimento em rede é que nele não existe um centro de interesse, não há acentrismo, pois são vários centros de interesses, um ligado ao outro, um levando ao outro. E podemos dizer também que o conhecimento está em constante metamorfose, pois tudo se atualiza muito rápido, os conceitos mudam conforme descobrimos novas coisas, tudo está em constante mudança e atualização e o conhecimento em rede acompanha essas mudanças. Por isso a necessidade do professor nunca parar de estudar, pra que ele traga essa atualização de conhecimentos para o aluno. E a transdiciplinaridade se encaixa perfeitamente no conhecimento em rede, já que está tudo conectado e relacionado é mais fácil de se ter um olhar além das disciplinas, é mais fácil de enxergar o que se pode (e se deve) estudar e que estão além das grades curriculares, muitas vezes. 

A sociedade está interconectada de diversas formas, vivemos numa sociedade em rede, as redes sociais têm cada vez mais adeptos e por ela, conhecemos outras pessoas que são amigas de nossos amigos e que também se tornam nossas amigas. Se nossas relações são uma rede, porque não trazer pros nossos conhecimentos? Eu vejo o conhecimento em rede como uma forma de agregar, de somar, de acrescentar o maior número de informações e aprendizado possível dentro daquele conteúdo. E quanto mais informação, mais fácil pro aluno levar pra sua vida, aplicar na sua vida e perceber a importância do estudo daquele conteúdo.

sábado, 27 de outubro de 2012

Vídeo aula 12 - Perspectivas atuais em educação em valores

A vídeo aula de hoje do professor Ulisses Araújo vai tratar sobre as perspectivas atuais em educação e valores e como a ética e a cidadania devem ser inseridas e vivenciadas no cotidiano escolar. Não basta apenas teorizar o assunto, ele deve ser vivenciado dia a dia pelos alunos e por toda a comunidade escolar (todas as pessoas que estão ao redor da escola: família, comunidade, bairro, comerciantes, ronda escolar, enfim todos).
Quando falamos sobre ética, cidadania e valores temos que dinamizar o assunto de forma que englobe não só a escola, mas toda a vida social do aluno. E para isso existem alguns movimentos que as escolas deveriam adotar em prol de uma educação mais democrática e participativa:

- Realização de fórum escolar sobre ética e cidadania com todos os segmentos da comunidade escolar, de forma que todos discutam, reflitam e deem alternativas para os problemas sociais. 

- A partir desse fórum, elaborar projetos em que o aluno saia da sala de aula e problematize sobre as questões do bairro, analise questões como por exemplo o problema da poluição, das enchentes, da violência, do tráfico. O aluno interessará pela aula e será mais fácil que ele interiorize os valores e a ética já que ele vai lidar com problemas que ele vivencia. É a extensão da escola para fora de seus muros.

- Feito o estudo dos problemas é hora de trazê-los pra dentro da escola de forma que sejam discutidos e sistematizados dentro do currículo e das disciplinas. Fará com que os professores e a direção da escola tenham mais participação na vida dos alunos também, já que eles presenciarão parte de suas vidas ao estudar os problemas de seus bairros.

- Todas essas ações tem como objetivo central buscar no aluno seu protagonismo juvenil e fazer com que ele tenha um papel mais ativo na sociedade, colocando-o numa posição de que ele também é fundamental pra sociedade. Ressaltar a sua criticidade diante dos fatos, seu dinamismo para lidar e/ou prevenir os problemas, e autonomia e consciência das suas ações. Fazê-lo enxergar que a sociedade é uma rede onde todos temos nosso papel e que se um de nós fizermos algo prejudicial, prejudica todos os envolvidos. Quando o aluno tem a noção dessa sociedade em rede, consequentemente ele pensará melhor antes de agredir algum colega, antes de destruir o patrimônio público, antes de qualquer ação.

(Disponível em http://migre.me/bnvY6)

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Vídeo aula 11 - Perspectivas atuais das pesquisas em Psicologia Moral

A professora Viviane Pinheiro nos traz seus conhecimentos sobre as perspectivas atuais das pesquisas em psicologia moral e a primeira constatação é de que a moralidade faz parte da nossa identidade. Ou seja, ela é intrínseca ao indivíduo. O que nos diferencia é a maneira como lidamos com a moralidade e o papel dela em nossa vida. 

Cada pessoa é um sujeito psicológico, e esse sujeito psicológico é construído a partir das nossas vivências, desde que somos crianças. Por isso é importante levar esse conhecimento para a escola, pois ali é o lugar que as crianças começam a exteriorizar aquilo que elas enxergam como o certo, como moral ou como imoral. Varia de criança pra criança e diante de algum fato, cada uma delas vai interpretar de acordo com sua moralidade, seus valores e sua ética. O que é ético para uma criança, pode não ser para a outra, então diante desse impasse cabe a escola definir o que é melhor para o grupo e não só para uma pessoa. 

Voltando para a psicologia: cada indivíduo tem sua consciência e seu inconsciente. Dentro da consciência existem alguns aspectos que se inter-relacionam: aspectos biológicos, aspectos cognitivos, aspectos sócio-culturais e aspectos afetivos. A moralidade se encontra dentro dos aspectos afetivos, ou seja, o que regula os valores dentro do indivíduo são os sentimentos. Os valores são então, trocas afetivas que o sujeito realiza com o exterior, a relação do indivíduo com o meio em que ele vive. Existem os valores centrais, que o professor Ulisses Araújo já falou, que são aqueles valores principais em determinada situação e os valores periféricos, que são digamos, valores secundários. Vale ressaltar que os valores não são estáticos, visto que eles mudam e/ou alternam dependendo de cada situação. Por exemplo: podemos colocar a amizade como valor central em uma situação e na outra coloca-la como periférica. E varia também conforme onde ela está sendo aplicada: posso colocar a amizade como valor central dentro da escola, mas colocá-la como periférica dentro da minha casa. Ou seja, os valores mudam conforme o contexto, eles não são definitivos. 

Ao dizer que os valores são regulados pelos sentimentos, significa que o que vai fazer com que eu repita ou enquadre aquele valor na minha vida, vai ser o que eu vou sentir em relação a isso. Se eu sentir prazer e/ou felicidade quando coloco a honestidade como valor central, então a honestidade se tornará um valor central.  Se eu não me sentir confortável colocando a honestidade como valor central, então ela se tornará um valor periférico. E significa também que colocarei outro valor como central, nesse caso, pode ser a ganância ou a avareza. É importante perceber que estamos falando de vários valores dentro de uma situação, uns terão mais importância, outros valores terão menos importância. 

Sendo assim é imprescindível que a escola trabalhe sempre vários valores e não só com os direitos e deveres da criança, como é feito tradicionalmente. É importante apresentar aos alunos os valores que eles não conhecem, e trabalhar com a criança valorizando nela o que é positivo e se atentando para aspectos que podem ser negativos. Mas sempre com a visão de que nenhuma criança é igual a outra e que cada uma coloca os sentimentos conforme sua visão de mundo. Então, nosso trabalho como educadores é evidenciar  aos alunos que devemos trabalhar com colaboração, coleguismo, atenção, disciplina e visando o bem estar de todos, não com nosso interesses individuais. 

(Disponível em http://migre.me/bkdbX)

Com essa imagem eu queria tentar demonstrar a vocês a complexidade do comportamento humano, que tudo que exteriorizamos é um conjunto de sentimentos/valores/conceitos/vivências que vemos ao longo da nossa vida. É assim conosco, é assim com as crianças e com cada indivíduo. Não podemos nunca fazer uma análise simplista e limitada de uma situação, devemos como educadores, olhar além da situação, enxergar os conflitos e o que levou a criança a agir violentamente, por exemplo. 

Vídeo aula 10 - Interdisciplinaridade e transversalidade na educação

A vídeo aula 10 tem como tema a "Interdisciplinaridade e a transversalidade na Educação" e para elucidar o tema colocou como exemplo o Projeto "Ribeirão Anhumas" - de Recuperação ambiental, participação e poder público: uma experiência em Campinas. 
Tal projeto tem como objetivo trazer a tona os problemas do ribeirão e das pessoas que estão a sua volta e para isso foi organizado de forma interdisciplinar e transversal. Interdisciplinar porque agrega as disciplinas: língua portuguesa, geografia e química - tais disciplinas trabalham juntamente para explicar os fenômenos/consequências/impacto do rio na vida das pessoas. E transversal porque não é um tema específico da língua portuguesa, nem da geografia. É um tema que vai além das disciplinas, ultrapassa os conteúdos escolares, vai além do conteúdo programático.

No projeto os alunos estudaram as seguintes questões (entre outras):
- Riscos ambientais para: ar, água, solo;
- Riscos de erosão, tipos de solo;
- Ocupação da área para moradia;
- Urbanização;
- Localização;
- Impactos ambientais;
- Vegetação;
- Tratamento de esgoto;
- Processos químicos;
- Argumentação, debates, entrevistas.

Esse é um projeto que exemplifica perfeitamente o que falamos esse tempo todo sobre interdisciplinaridade e transversalidade. Nota 10! Parabéns aos autores e criadores. 



Vídeo aula 9 - Ciência e Educação

(disponível em: http://migre.me/bjSh4 )

Olá, bom dia!
A aula de hoje vai falar sobre a soma ciência + educação.
O professor Luis Menezes fala sobre a importância do trabalho com a ciência dentro da sala de aula. Devemos transmitir ao aluno a ideia de que a ciência não é coisa só de cientistas, e que a ciência está presente em cada minuto do nosso dia, estamos cercados por ela e ela nos explica muita coisa do nosso dia a dia. Isso porque a ciência nada mais é de que o domínio da dúvida e a busca de verdades, ou seja, ela nos dá respostas, nos dá parâmetros para entender os fatos, os fenômenos, as eventualidades de maneira geral. É a busca por entender o mundo com bases científicas.

ciência como linguagem: é o domínio da linguagem e da interpretação para entender alguma informação que nos passam. Exemplo: uma reportagem num jornal sobre a devastação do meio ambiente numa determinada região. Analisando cientificamente esse fato o aluno deve compreender as consequências dessa devastação para o solo, para o ar, para as pessoas que estão habitam essa região, os motivos pelos quais esta área está sendo devastada, se é uma ação do governo ou de exploradores, enfim, analisar cientificamente é ter um embasamento para ler além do que está escrito. É raciocinar, é compreender, interpretar! Essa é a função da linguagem científica, levar a compreensão. E são inúmeros os exemplos: as informações contidas numa embalagem de alimentos, as bulas de remédios, o manual de instrução de um aparelho, uma notícia na internet; cada exemplo desse deve ser analisado conforme nosso histórico e nossa vida, assim, veremos o impacto e o uso dessa informação para nós. 

Já a ciência como instrumental prático é a ação sobre a interpretação, sobre a análise. É quando decidimos modificar alguma coisa em prol pra praticidade, para aproveitar melhor o tempo e/ou questões financeiras. Para modificar, antes se faz necessário o raciocínio e a análise, constatado isso parte-se para o que fazer para melhorar nesse aspecto. Isso é instrumental prático.

Enfim, a ciência nos dá condições para analisarmos toda a sociedade com seus dados, seus experimentos, seu embasamento. E levar isso para a sala de aula é evidentemente enriquecedor pois gera debate, discussão, aprendizado. E faz com que o aluno se interesse pela aula e pelas questões no seu dia a dia, faz com que o aluno raciocine, pense, interprete.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Vídeo aula 8 - A construção psicológica dos valores

É possível educar em valores? SIM!
Não estaríamos falando sobre ética, de valores nem de cidadania se essa resposta fosse negativa. Não só é possível como é prioritário educar em valores.

Nessa vídeo aula, o professor Ulisses Araújo fala sobre a construção e a apropriação dos valores pela criança. E a primeira e principal colocação é que os valores são construídos por raízes e laços afetivos. Eu não vou interiorizar um valor ou um costume se eu não gostar dele, se eu não concordar com ele. Esta é a importância que se conquistar o aluno no âmbito da cidadania, dos valores, porque ele tem que ser conquistado afetivamente, e aquele valor tem que fazer sentido para o aluno. A construção e a apropriação dos valores pelos alunos se dão pela afetividade, pelo sentimento, pela atração e pela identificação.

E a projeção dos sentimentos positivos que podem culminar na construção dos valores podem se dar por:

  • Objetos (a escola como prédio físico, um carro, uma casa, etc.); 
  • Pessoas (identificação com professor, com os pais, amigos, etc.);
  • Relações (o modo como uma pessoa trata a outra, ou trata o aluno);
  • Si mesmo (sentimentos positivos por ela mesma, amor-próprio).
O processo de construção de valores começa no nosso nascimento e nos acompanha em cada dia de nossa vida. Ele não para quando nos tornamos adultos, ele continua de acordo com nossa vivência e nossa experiência. Ele pode mudar, é flexível, não é um processo definitivo porque nossos sentimentos não são definitivos, eles agem conforme caminha nossa vida. E existem também os chamados sentimentos morais (exemplo: a culpa e a vergonha) que são sentimentos reguladores das relações humanas. Esses sentimentos aparecem quando agimos contrários aos nosso valores e contrários daquilo que definimos como ético. Quando ocorre a apropriação, automaticamente colocamos alguns valores como centrais e outros como periféricos (ou secundários). Isso significa que cada valor tem um grau de importância que varia de indivíduo para indivíduo. Eu posso colocar a amizade como valor central da minha vida, mas outras pessoas podem achar a amizade um valor secundário e outras ainda podem nem achar a amizade um valor. Assim ocorre com cada valor: ganância, justiça, beleza, honestidade. Cada pessoa atribui uma importância para aquele determinado valor. E ele ainda pode variar sobre a dimensão daquele valor, por exemplo eu posso considerar a amizade um valor extremamente importante dentro da minha família, e posso achar a amizade um valor banal dentro do meu círculo profissional. Depende de como cada pessoa vai sentir, familiarizar e interiorizar aquele valor de acordo com sua vida.

E finalizando o professor Ulisses fala um pouco sobre quais valores as escolas devem ensinar. Como definir tais valores, já que eles variam de pessoa pra pessoa? Nada mais coerente do que seguirmos a Declaração Universal dos Direitos Humanos, declaração esta datada de 1789 que apesar de ter alguns princípios tão simples e básicos, ainda parece longe da realidade social.

(Disponível em http://migre.me/beBHw)

Declaração dos Direitos Humanos sintetizada e popularizada pelo Frei Beto

Vídeo aula 7 - Educação e ética

Olá, boa tarde à todos. 
Segue mais uma análise das vídeo aulas do curso "Ética, valores e cidadania na escola" e desta vez vamos conversar a dimensão da palavra ÉTICA na educação escolar. 
Antes de mais nada é importante entender o que de fato significa a palavra ética:

"Ética é uma doutrina filosófica que estuda os juízos de apreciação concernentes à conduta humana, tendo por objeto a moral no tempo e no espaço. A ética é a reflexão sobre o por que consideramos válidos os valores estabelecidos. A ética apresenta-se como permanente, universal, como uma regra. A moral, por sua vez, apresenta-se como o conjuntos de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Assim, a ética, no campo do pensar filosófico, busca compreender o que é considerado adequado e moralmente correto." (Apostila da disciplina Ética e Multiculturalismo do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Claretiano) 

Ou seja, a ética é um juízo que colocamos numa determinada situação que varia de acordo com nossa educação, formação e cultura. Porém, é importante ressaltar, e talvez seja esse o grande dilema da escola, a discussão sobre moral e ética é relativa. Já diziam os antigos: "o que é bom para a leoa, não pode ser bom à gazela. E, o que é bom à gazela, fatalmente não será bom à leoa..." portanto, meus valores e minha ética são meus valores e minha ética, não significa que serão os seus valores e sua ética; o que é bom pra mim pode não ser bom pra você. E está aí o dilema da ética: cada pessoa define intrinsecamente o que é ou que não é ético. 
Mas, o que deve ser levado em conta e o objetivo principal da ética e dos valores é o bem estar da coletividade. O mesmo vale para a escola, que é um coletivo institucional, temos que nos basear eticamente no que será bom para o grupo e não levar em consideração os interesses pessoais. Isso vale para todas as relações interpessoais da escola: professor - aluno, professor - direção, aluno - direção, funcionários - alunos, funcionários - professores, enfim, a relação de todos com todos, sem excluir ninguém. 

Embora a ética tenha que ser trabalhada com toda a comunidade escolar, o aluno continua sendo o sujeito mais importante da escola. A escola existe para ele, é dele, sua instrução e sua educação são os princípios da escola. No vídeo a professora Carlota Boto coloca que a escola é transição da etapa familiar para a etapa social do indivíduo. A escola prepara as crianças e os jovens para a sociedade, para o trabalho, para a vida social e por isso os professores são para os alunos vistos como referência (positiva ou negativa) e estes levarão para sua vida o exemplo de seus professores. Os professores influenciam os alunos e eles precisam se atentar para a dimensão e a profundidade que isso implica. Sou um exemplo para meus alunos, se eu agir de forma negativa, desrespeitosa, meu aluno pode tomar isso como exemplo. Agora se eu tenho uma postura ética, com respeito para o outro, meu aluno vai levar uma mensagem positiva para sua vida e vai repetir e interiorizar esse valor. É importante que os educadores tenham noção da sua responsabilidade social perante o mundo. É evidente que não só o educador, mas todos devemos ter esse senso, mas aqui salientamos a figura do educador por ser ele essa referência para os alunos. Lembrando que a escola é um ambiente de aprendizagem, cada atitude, cada situação, cada dia é um novo aprendizado. Embora a cidadania faça parte do currículo oculto da escola ela deve ser discutida e abordada diariamente aproveitando as situações que ocorrem dentro da sala de aula. 

Outra palavra importante que eu acho que deve ser tão evidenciada quanto a ética, é a tolerância, e a professora Carlota fala um pouco sobre ela também. A tolerância de um indivíduo tem a ver com o respeito que ele tem com os outros e é um princípio ético fundamental das sociedades modernas. Vivemos numa sociedade multicultural e não há espaço para a intolerância porque não há espaço para a não aceitação do outro, e não há espaço para discriminar as diferenças, não há espaço para estereotipar as pessoas e colocá-las numa fórmula exata. Todos devemos ser tratados como iguais, embora sejamos diferentes e essas diferenças devem ser respeitadas. 

E aqui eu coloco um vídeo que vai tratar da influência e da referência dos adultos sobre as crianças, da importância e da responsabilidade quando convivemos com crianças. E não vale só para professores, mas para pais, familiares, amigos, enfim todos nós que nos relacionamos de alguma forma com as crianças.


As crianças veem. As crianças fazem.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Vídeo aula 6 - Temas Transversais em Educação


Olá, boa noite à todos =)
Análise da vídeo aula nº 06 da profª Valéria Amorim Arantes.
Seguindo nossa linha de raciocínio sobre a transversalidade e seu papel na escola atual, discutiremos hoje sobre suas diferentes concepções e diferentes práticas.
A profª Valéria fala sobre duas principais concepções da transversalidade. 

A primeira concepção coloca as disciplinas como eixo vertebrado do currículo. Significa que embora a cidadania seja abordada em sala de aula, o objetivo principal da educação são os conteúdos e as disciplinas: língua portuguesa, história, geografia, matemática, etc. Não significa que os temas transversais não sejam trabalhados na escola mas podemos dizer que a cidadania é o segundo plano da educação nessa concepção, e seu objeto principal é o currículo. São práticas dessa concepção: atividades pontuais e específicas; assessoria externa aos professores sobre temas transversais; projetos interdisciplinares; e a transversalidade trabalhada como currículo oculto onde não há uma programação nem uma sistematização sendo que os temas são trabalhados conforme haja oportunidades. 

Essa é uma concepção limitada em termos de cidadania e ética, pois não oferece interdisciplinaridade e coloca os conteúdos como o norte da educação. 

A segunda concepção sobre a transversalidade coloca a cidadania e a formação do indivíduo como eixo vertebrado da educação. Há uma inversão em relação a primeira concepção, os conteúdos deixam de ser a finalidade principal e passam a ser o meio para que seja trabalhada a transversalidade. É importante ressaltar que as disciplinas não deixam de ser importantes, mas nessa concepção, elas ficam em segundo plano na educação ficando a cidadania como objetivo principal. É uma quebra do paradigma, um novo olhar e uma nova maneira de abordar os temas transversais que são os temas corriqueiros da sociedade, temas estes que os alunos esbarram a todo momento e devem ser colocados em evidência para que haja um entendimento e uma internalização sobre aquele determinado assunto. O interessante dessa concepção sobre a transversalidade é que ela procura romper com a especificação e com a separação entre disciplina e problemas/questões da sociedade. Apesar dessa concepção ser indicada ainda há o que melhorar gradativamente. Por exemplo, devemos aprimorar essa concepção de forma que ela busque enxergar o todo e não somente as partes, evidenciando que a integração e a noção de que tudo está interconectado, ou seja, estamos numa rede, numa teia onde tudo é ligado à todos, numa forma de não isolar a escola das questões sociais, mas conectá-la ao mundo em sua volta. 

(disponível em: http://migre.me/bcw7c

Os temas transversais não são os mesmos em qualquer parte do mundo, ele deve ser adaptado e trabalhado de acordo com a cultura local. Cada sociedade escolhe os temas transversais que julguem pertinentes para que sejam abordados na escola, e pode variar por exemplo de escola para escola. Este quadro resume os principais temas transversais trabalhados no nosso país de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais. 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Vídeo aula 5 - O conceito de transversalidade


Olá boa noite!
Segue mais um texto baseado nas aulas do professor Ulisses Araújo e a aula de hoje teve como tema "O conceito da transversalidade".
Para falar sobre a transversalidade, vamos antes pensar sobre a ciência e sobre a educação de um modo geral.

Ciência: será que as novas e caríssimas drogas de prevenção e cura de doenças, são acessíveis a população? Será que a tecnologia é para todos, independente da classe social? Será que os novos experimentos medicinais chegarão as camadas mais pobres do povo? Será que a ciência é acessível a todos?
A mesma pergunta fazemos à educação: a educação de qualidade chega a todos? Que tipo de educação estamos falando? A quem se destina a educação e a ciência? Estamos falando da educação e da ciência que chega pra maioria das pessoas que conhecemos, 90% da população! O papel da educação e da ciência é falar em nome daqueles que muitas vezes não tem voz, dos menos favorecidos. 

Colocamos como objetivos centrais da educação: a instrução que nada mais é do que os conteúdos disciplinares conforme a cultura de cada povo (português, matemática, história, geografia, etc.) e a formação ética e moral que seria a formação do indivíduo como cidadão crítico, consciente e pensante na sociedade, formação essa que deveria ser em comunhão com a família, escola e pais falando a mesma língua. Porém, nós vivemos um momento em que as instituições têm perdido um pouco seus valores, e isso acontece dentro de nossas casas, no seio familiar. Sendo assim, a família tem atribuído somente a escola a formação ética e moral dos seus filhos; o que vemos é uma transferência para a escola a responsabilidade da conscientização de cada indivíduo. A escola tem que educar sobre assuntos que os pais estão ficando ausentes, assuntos delicadíssimos como violência, sexualidade, drogas, agressão física e verbal, saúde, higiene.
Por outro lado, os professores e os profissionais da educação são formados em suas disciplinas específicas, como eles dominarão tantos assuntos e temas? Nesse momento é que entra em cena a transversalidade. A transversalidade vai fazer com que os professores abordem além da disciplina e do conteúdo programático. Vai trabalhar com projetos que não visem só a aprendizagem escolar, mas temáticas político-sociais que visam a melhoria da qualidade de vida da sociedade em geral. Vai fazer com que assuntos e valores esquecidos pelos responsáveis das crianças sejam abordados e apresentados à elas. Hoje temos a necessidade de apresentar, explicar e exemplificar tais conceitos e bons costumes aos nossos alunos. É no dia-a-dia, gradativamente, que eles vão interiorizando a cidadania, a consciência dos seus atos e de suas ações. Se o aluno não aprende as consequências da violência e das drogas em casa e nem na escola, ele certamente vai aprender de um jeito errado nas ruas. É claro que não podemos generalizar e dizer que todas as famílias perderam seus valores, mas diante do caos (da violência, da falta de respeito) que presenciamos no mundo, podemos concluir que infelizmente a maioria das famílias têm falhado em pelo algum aspecto na educação de seus filhos. 

E quais são os assuntos pertinentes que podemos trabalhar nos chamados temas transversais:
  • Educação com valores;
  • Problemas sociais: drogas, violência, meio ambiente;
  • Conexão da escola com a vida das pessoas, entre muitos outros.

Quando saímos das licenciaturas, saímos com o compromisso de transmitir o conhecimento e também de transmitir a ética e a cidadania para nossos alunos, então é por isso que um professor não pode se eximir da responsabilidade de trabalhar tais temáticas, principalmente pela ausência da família nesse aspecto. 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Vídeo aula 4 - A escola e a construção de valores

Olá, boa noite ou boa tarde ou bom dia à todos.
Segue mais um texto da disciplina "Educação e Valores" e este vai tratar especificamente sobre a escola e a construção de valores.
A construção e a inserção dos valores dentro da rotina escolar, é ao meu ver, um dos maiores e principais desafios da educação. E é um problema grave e triste, uma vez que a escola está muitas vezes sozinha nesse sentido, pois, os pais e responsáveis que são fundamentais nessa formação estão abdicando dessa responsabilidade e largando, literalmente, nas costas dos professores e diretores. É claro que é responsabilidade da escola formar cidadãos conscientes mas a família também tem grande parte dessa responsabilidade. Ainda mais que a família é o exemplo e o reflexo mais próximo que a criança tem. Na escola em que eu trabalho, infelizmente sofremos com o problema da ausência da família na vida escolar de seus filhos. A direção tem se esforçado no sentido de trazer a família para junto da escola, para que unidos, possamos educar e ensinar efetivamente essas crianças e tem conseguido progressos positivos quando é eficiente na aproximação escola e família. 
O professor Ulisses Araújo fala de sete aspectos que influenciam no processo de construção de valores que são:

1 - Conteúdos escolares

Um trabalho que insira temas sobre: ética, inclusão social, discriminação, democracia e direitos humanos entre outros, nas aulas de português, matemática, história, geografia e etc, de forma transversal e interdisciplinar. Seria uma maneira de discutir e abordar alguns problemas da escola dentro da disciplina fazendo com que aquele assunto seja problematizado e internalizados pelos alunos. 

2 - Metodologia das aulas

Deixar um pouco de lado a escola da terceira revolução educacional, onde o professor é o único que detém o conhecimento e o aluno é mero ouvinte e espectador. Acabar com a unilateralidade entre professor e aluno, incentivar o respeito mútuo para que criem-se laços de afetividade entre eles e assim, melhore a qualidade e o bem estar da sala de aula. Incentivar também a construção coletiva e o diálogo para que o aluno desenvolva seu papel ativo e crítico como cidadão.

3 - Trabalho intencional com os valores

Incorporar definitivamente como intenção da escola o trabalho com os valores e com a ética. Desenvolver projetos que abordem a cidadania, que chamem a atenção dos alunos para que eles despertem para o senso crítico. Eu acho que deveria sim existir uma disciplina, assim como era a antiga "educação moral e cívica", porém moldada aos desafios atuais da sociedade.

4 - Relações Interpessoais

O quarto aspecto fala sobre as relações interpessoais dentro da escola. É evidente que as relações devem ser pautadas pelo respeito e o professor é a autoridade dentro da sala de aula, mas porque não aproximar os laços afetivos? Porque não fazer com que os alunos se identifiquem com os professores e passem a admirá-los? Por que não criar laços de amizades? É necessário que o ambiente escolar seja um ambiente agradável e que as pessoas que ali trabalham estejam ali realmente dispostas a transmitir o seu melhor como pessoa e como profissional.

5 - Auto-estima

A auto-estima do aluno é algo que deve ser cuidada com muita atenção porque geralmente, essa auto-estima já é enfraquecida dentro de casa, no meio familiar. Incentivos para que o aluno afirme sua auto-estima é sempre positivo porque aquele aluno vai se esforçar para melhorar, vai querer melhorar por conta própria e não só porque ele tem que tirar notas boas. Por isso qualquer tipo de discriminação deve ser combatida e eliminada dentro da escola.

6 - Auto-conhecimento

Tomar consciência do que acontece dentro de si, com seus sentimentos e ações, é fundamental para o amadurecimento em qualquer fase da vida. É necessário sempre problematizar sobre as situações negativas e positivas da sala para que o aluno seja levado a reflexão e ao entendimento dos motivos daquilo ter acontecido. 

7 - Gestão escolar

O trabalho do professor vai ser muito mais árduo se os seus gestores não forem democráticos e abertos a novas ideias. Os gestores são determinantes para que o ambiente escolar seja agradável, uma vez que se a direção é justa e próxima dos professores e alunos, toda a estrutura da escola vai se esforçar no mesmo sentido.

Eu acrescentaria mais um aspecto na busca da construção dos valores, que seria:

8 - Aproximação de família e escola

Seria a elaboração de projetos para que a família se aproximasse da escola e participasse mais na educação e na formação crítica e cidadã dessas crianças, para que elas se tornem indivíduos autônomos e conscientes dos seus atos e ações.

(disponível em http://migre.me/b0rmr

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