Nessa vídeo aula, a professora Viviane Pinheiro fala sobre a afetividade na construção de valores.
Ela parte do estudo de Jean Piaget que coloca a afetividade como fonte de energia para a cognição, ou seja, a afetividade como motivação para a cognição. Mas ao longo do seu discurso percebemos que a afetividade não é só um fator motivacional para a cognição, mas também é um aspecto organizativo do psiquismo humano, em outras palavras: os sentimentos também organizam e determinam nossas ações, nossos pensamentos e principalmente nossos valores. Agimos conforme sentimos. Se eu me sinto bem ao realizar uma boa ação, então repetirei essa ação, o que significa que o valor de generosidade está intrínseco na minha pessoa, mas se eu penso só em mim de forma egoísta, significa que não sentirei nada ao ajudar alguém então o valor de generosidade não está dentro de mim. Mas também não podemos considerar só o aspecto afetivo. Como foi dito na vídeo aula anterior, somos o resultado de uma complexidade de fatores que nos levam ao que somos hoje.
Falando sobre sentimentos, analisamos dois importantes pois regulam os valores morais da pessoa: a culpa e a vergonha. A vergonha está relacionada a forma que eu quero que as pessoas me vejam, se tiver um julgamento negativo de mim mesma, então terei vergonha e consequentemente, desejo de me esconder. Já a culpa está relacionada a auto-avaliação que faço de mim mesma numa determinada situação e com ela vem o desejo de me desculpar ou de me confessar para que a culpa seja aliviada. Entre as similaridades entre vergonha e culpa é que ambas são sentimentos morais, emoções negativas, internas e inter-pessoais.
Analisando esses sentimentos percebemos o quanto eles devem ser entendidos e estudados dentro da escola, pois eles explicam nossos comportamentos e ações. O professor tem que saber evidenciá-los para que sejam entendidos e compreendidos. Numa situação de agressão verbal por exemplo, o agressor tem que raciocinar dos motivos que ele agride e o agredido tem que perceber a importância que ele dá pra agressão, se ele se ofende ou se ele não liga para tal. O professor não pode apenas colocar panos quentes na briga e ficar por isso mesmo, ele tem que fazer com que os alunos reflitam sobre suas ações e reações e sentimentos. Deve sempre evidenciar os sentimentos, nunca camuflá-los ou negá-los. Deve haver uma constante e eterna busca pelos bons valores. Tudo isso para que valores como tolerância e respeito sejam internalizados e compreendidos pelos alunos e para que se propague um ambiente agradável de cooperação onde os problemas são resolvidos ativa e positivamente e que a justiça, a solidariedade e a harmonia sejam vivenciados na sua totalidade.
(Disponível em http://migre.me/bqu1A)
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