domingo, 30 de junho de 2013

Vídeo aula 12 - Como vem sendo organizada a educação especial no país??

A professora Cláudia Lódi vem nos dizer como vem sendo organizada a educação especial no Brasil de acordo com o passar dos anos. Primeiramente existiam as escolas especiais que atendiam somente alunos com a mesma necessidade especial: cegos ou surdos. As crianças com déficit intelectual eram educadas em asilos ou manicômios porque entendiam que elas deviam ficar longes de outras crianças por proteção. Depois surgiram as classes especiais onde todas as crianças com necessidades educativas especiais eram matriculadas nessa mesma sala e o professor tinha que lidar com todos os alunos ao mesmo tempo. Porém, o objetivo era mais a socialização do que a educação propriamente dita. Depois surgiram as instituições especializadas e por fim as classes regulares de ensino onde os alunos tinham que acompanhar o ritmo do restante da classe tendo atendimento especializado no contra-turno. 
No século XXI temos finalmente a Política Nacional de Educação na Perspectiva da Educação Inclusiva que garante o direito de todas as crianças estudarem juntas, sem qualquer discriminação e preferencialmente na rede pública de ensino. Segue um vídeo do MEC que mostra a inclusão dos alunos com necessidades educativas e especiais nas escolas regulares da rede pública, do ensino fundamental à universidade.



No final da aula a professora nos deixa algumas questões para reflexão:

1-Como a Educação regular e o atendimento educacional especializado tem se organizado na prática?2-É possível pensar em Educação para Todos em igualdade de condições ?3-O papel da Escola seria apenas buscar a socialização dos alunos com NEEs ?4-E sua função educacional ?5-Esta organização tem favorecido (ou não) a educação de crianças e jovens com NEEs?
Apesar de todo material e legislação vigente, acho que o Brasil ainda precisa progredir muito no âmbito da educação inclusiva uma vez que os próprios professores sentem-se inseguros e despreparados para lidar com essa questão tão delicada e complexa. 

Vídeo aula 11 - Legislações, declarações e diretrizes.

A vídeo aula 11 vem nos apresentar toda a legislação, declarações e diretrizes sobre a educação especial e inclusiva. A professora Lúcia Tinós inicia sua fala com um questionamento importante: "Numa sociedade mais justa será que os direitos básicos, e Educação é um deles, não é uma premissa ?" E acrescento: que sociedade é essa que precisa sancionar a lei para fazer valer a educação universalizante? É compreensível que a educação especial vem desmitificando uma série de paradigmas e que a lei é sim importante se pensarmos na evolução histórica dos direitos humanos. Mas nós professores temos que ter em mente que temos alunos com necessidades especiais na nossa sala não porque a lei nos obriga, mas porque é direito deles ter uma educação pública para sua formação cognitiva e social. Seguem uma ilustração de Fernanda Lourenzato sobre os documentos e referências da educação especial:


E segue uma matéria da Revista Nova Escola com todos os documentos e referências da educação inclusiva para consulta: Revista Nova Escola.

Para finalizar a aula, devemos sim estudar toda a legislação vigente sobre o assunto para garantir o cumprimento da lei, e mais importante do que a lei, garantir uma educação pública de qualidade não só para nossos alunos especiais mas para todos nossos alunos. 

Vídeo aula 10 - A relação entre professor e aluno

Para falar da relação entre professor e aluno, a vídeo aula de hoje usa conceitos desenvolvidos pelo filósofo espanhol Alfonso López Quintás - “Descobrir a grandeza da vida: introdução à pedagogia do encontro”. A relação humana poder ser positiva ou destrutiva, depende da intenção de seus atores. Não há relação humana autêntica se não houver direção bidirecional e que o encontro ocorre quando dois âmbitos se entrelaçam. E que quanto mais eu transformo objetos que eu convivo em âmbitos e quanto mais âmbitos eu produzir em minha existência, mais criativo eu serei e mais harmonizado com a realidade.
E enfatizou que a sala de aula não é um lugar qualquer. Transformamos uma sala vazia numa sala de aula quando mediante o encontro, criamos um âmbito, um espaço em que as liberdades não entram em choque, mas se tornam ocasião para o diálogo e outras experiências criativas. E que ninguém sozinho faz um âmbito. Professores e alunos se transformam em seres ambitais conscientemente, porque querem estabelecer encontro através de uma experiência bidirecional entre si e também com outras realidades: livros, slides. E assim a sala de aula passa  a ser realmente um lugar de encontro com o conhecimento.
Estabelecer relação de encontro implica em respeito, cortesia, aceitação do outro, tolerância. Ao mesmo tempo o outro também exercita suas virtudes em busca de valores humanos. E finalizou dizendo que quando essa relação ambital se estabelece na sala de aula, todos se sentem energizados, convidados a conhecer mais, a crescer mais. Quando essa relação ambital se estabelece na sala de aula, todos acabam ganhando numa relação positiva e próspera para ambos os envolvidos - professor e aluno. 

Vídeo aula 09 - Modelos de ensino: das concepções docentes às práticas pedagógicas

Na correria do dia-a-dia, por vezes o professor pensa na sua prática pedagógica mas sem refletir no projeto educacional que deseja alcançar através de tal prática. A prática pedagógica nunca é neutra e sempre carrega valores subjetivos do professor, portanto, uma prática pedagógica sem fundamentação do projeto educativa é perigosa pois pode justificar os fins através dos meios; dar insegurança ao professor; desequilibrar o projeto educativo e os valores educacionais; dificultar a avaliação e o planejamento dos alunos e mostrar a falta de diretrizes e bases da ação do professor.

Existem duas formas de compreender o mundo, e baseado nessas duas formas o professor sustentará sua ação e sua prática pedagógica = o fixismo e o transformismo.

Quem acredita no fixismo, acredita que o mundo não muda e que ele é sempre igual. É características de pessoas conformistas e acomodadas. Dentro do fixismo existe o essencialismo que acredita que o homem é imutável, ou seja ele já nasce pré determinado. Dentro do essencialismo existe o inatismo e o empirismo. O inatismo tem como representantes Sócrates, Rousseau, Rogers e Neil e acredita que o homem já nasce com seus dons e habilidades, e a educação respeita a natureza do indivíduo e o conhecimento é vinculado ao dom sendo o professor apenas um facilitador da aprendizagem. É baseado no inatismo que alguns professores dizem que tal aluno não tem dom para aprender a matemática ou não aprende o português por exemplo.
O Empirismo já acredita que o homem nasce com nada e seus representantes são Locke, Hume, Pavlov, Skinner e Mager. É como se o homem fosse uma tábula rasa, passivo e governado pelo ambiente e modulado por estímulos externos. Não há criação nem discussão nem troca nessa concepção educacional. É o modelo tradicional de escola em que só pensam em depositar o conteúdo no aluno. O professor é um representante do saber e um transmissor do conhecimento.

Já o transformismo é uma concepção educacional dos profissionais que acreditam que o mundo está numa constante e eterna mudança. Dentro do transformismo existe o relacionismo que vê que o homem se constitui a partir das relações pessoais, culturais e dos objetos. Dentro do relacionismo existe o construtivismo e o sócio construtivismo que são modelos que acreditam que o homem aprende com suas experiências e relações.
O construtivismo tem como representantes Piaget, Wallon, Vygostky e Emilia Ferreiro. O homem é um ser inteligente e ativo no processo ensino-aprendizagem. Vê a educação como um conjunto de intervenções significativas e o conhecimento como um processo de construção progressivo elaborado a partir de experiências sociais. Ou seja o aluno aprende através de seus erros e o professor é um problematizador que levará o aluno à reflexão de seus atos. O professor deve organizar o ensino em função do educando e atuar como problematizador e desestabilizador em situações de conflito. Desta maneira, a prática pedagógica deve ampliar oportunidades, respeitando o tempo de aprendizagem, a diversidade de conhecimentos e a heterogeneidade, além de apresentar projetos, resolução de problemas e práticas de pesquisa.

As três concepções educacionais parecem distantes mas podem confundir a prática pedagógica, por isso o professor deve estar atento aos seus objetivos no papel de professor.

Vídeo aula 08 - Contradições de valores na escola: entrelaçados da história com a história da educação e da educação especial

Nessa vídeo aula, vemos passo a passo a cronologia da educação, e da educação especial construída a partir da quebra de paradigmas estruturais que a sociedade vem vencendo ao passar do tempo. São mitos desfeitos e conceitos construídos que pouco a pouco são inseridos no contexto escolar para que a educação especial seja realmente cada vez mais inclusiva e eficiente. Nós já vimos as revoluções educacionais que ocorreram e que foram aos poucos tornando a educação cada vez mais universalizante. Conhecemos bem a história da Educação, segue então uma cronologia sobre a história da educação especial no Brasil: 


Os paradigmas e desafios ainda existem, não só na educação inclusiva mas na educação de maneira geral. Cabe a nós professores trabalharmos para desmitificar preconceitos e contribuir para uma educação cada vez mais democrática e abrangente. 

Vídeo aula 07 - Crianças e jovens com necessidades especiais na escola - dialética da inclusão / exclusão





Boa tarde. A vídeo aula 07 vem nos falar da complexa e delicada formação dos alunos com necessidades especiais dentro do contexto escolar. Vemos diferentes pontos de vistas que ora concordam entre si e ora discordam entre si, ficando o aluno no meio dessa desavença passando muitas vezes por situações constrangedoras.

Do ponto de vista dos familiares: A escola não está preparada ainda para receber seus filhos deficientes. Embora a Lei de Diretrizes e Bases que trata do assunto ser de 1996, embora já tenha 17 anos, o sistema educacional ainda não se enquadrou a receber esse aluno da melhor forma. Os pais contam que ainda existem escolas que não aceitam a matrícula de alunos de inclusão pela completa desestrutura. Relatam também que os professores não têm suporte pessoal e profissional para lidar com a questão, e que falta aos professores um trabalho em que olhe a capacidade, as habilidades e as necessidades da criança deficiente com atenção e respeito. Os pais pedem por uma parceria entre escola e família.

Do ponto de vista dos professores: A escola não oferece a estrutura que ele precisa para trabalhar com seu aluno de inclusão. Existe, infelizmente, uma naturalização da deficiência onde a equipe gestora não esforça-se como deveria para garantir a esse aluno uma formação cognitiva e social que atenda às suas necessidades. Os professores pedem auxílio de outros professores itinerantes e especialistas para auxiliá-lo pois ele sentem-se inseguro de seu papel. O professor tem que tentar todas as possibilidades e alternativas para que a criança acompanhe sua aula, e sem esquecer-se da atenção com os demais alunos, já que cada criança (independente se é de inclusão ou não) tem seu próprio ritmo.

Do ponto de vista da coordenação e direção da escola: A formação dos professores está fraca no assunto inclusão. Eles chegam despreparados profissionalmente e emocionalmente para lidar com tais alunos, tratando-os muitas vezes com preconceito e reafirmando a exclusão escolar. Por causa da escola e do corpo docente não estar preparado, as famílias ainda ficam em dúvida se matriculam seus filhos numa escola regular ou não. Falta muitas vezes para a escola ouvir a própria criança, que fica excluída e mais uma vez sem voz ativa.

Muitas vezes a criança é vista na escola como uma completa deficiente, são esquecidas e ignoradas suas habilidades e especificidades. Torna-se excluída, sem voz e sem participação na sala de aula. Se a criança tem necessidades especiais motoras, sua habilidade cognitiva também é ignorada e vice-versa. Acabam por vezes completamente homogeneizadas em meio às outras crianças e numa tentativa de incluí-la, ocorre a exclusão pela falta de observação das suas reais necessidades. Não é porque uma criança possui necessidades especiais que ela deve ficar isolada num canto da sala, longe de seus colegas. Ela não pode ser invisível e ser tratada como uma criança que não carece de atenção. A escola não pode ser excludente. 

O sistema educacional precisa rever seus conceitos para que a inclusão não torne-se uma exclusão. O foco precisa ser a relação professor e aluno com reciprocidade, mutualidade e bi-direcionalidade. A pergunta que fica na cabeça dos profissionais da educação é: a relação do professor com o aluno deficiente deve ser diferente da relação com os demais? Acredito que a resposta seja sim e não. Deve ser igual no trato pessoal, exigindo do aluno como se exige dos outros, não deve ser tratado com preconceito nem com indiferença, mas deve ser diferente ao ser observada as necessidades do aluno que muitas vezes têm um ritmo diferente dos colegas (embora cada criança tenha seu ritmo, o professor tem que tratar cada aluno conforme suas habilidades, independente se deficiente ou não)

Finalmente, um sistema educacional que exclui ao invés de incluir não é eficiente para nenhum dos atores envolvidos. Devemos parar de colocar a culpa nos pais, ou nos professores, ou na direção e nos unir para estudar o caso de cada criança especificamente. Acredito que essa é a melhor forma de acolher o aluno com necessidades especiais dentro da escola, sem preconceito e de acordo com sua necessidade. As faculdades de graduação e as escolas também devem investir na formação continuada de seus professores para que eles acompanhem as evoluções e descobertas, para que troquem informações e aprendam cada vez mais sobre a inclusão.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Vídeo aula 06 - O professor e a diversidade cultural na sala de aula

O respeito e a tolerância devem nortear o trabalho do professor quando se trata de diversidade cultural. Muito além de simplesmente tolerar, o professor precisar transmitir a cultura e cobrar dos alunos uma atitude positiva diante de culturas diferentes da sua. O aluno precisa entender que a sua cultura não é a cultura de todos, e que não existem culturas certas ou erradas mas apenas diferentes formas de enxergá-la. A diversidade cultura é a manifestação de diversas culturas, que fariam conforme o objeto de expressão e também de seu objetivo. Todos os povos têm o direito e até mesmo o dever de manifestar, documentar e preservar sua cultura para perpetuá-la. É indispensável ensinarmos aos nossos alunos o respeito entre os povos através do respeito de sua cultura. Cada sociedade tem sua cultura e seu modo de expressar e quanto mais conhecimento o aluno tiver de diferentes culturas, mais ele respeitará e com isso extinguimos o preconceito da nossa sociedade. É importante relembrar que a cultura reflete o contexto histórico e social de uma determinada época, sendo assim um retrato do que acontecia naquele momento com o artista. 
Outro conceito que devemos transmitir aos alunos é desmitificar a noção de que existe uma cultura dominante que sobrepõe-se sobre outras culturas. Devemos sim valorizar a cultura local dos nossos alunos e mostrar o quão rico é o meio em que estamos inseridos mas nunca teorizar que exista uma cultura que domina todas as outras. Dominar uma cultura é uma forma de colonização e este é um conceito que devemos extinguir de nossa sociedade. O professor tem que considerar as influências culturais de cada povo de acordo com sua especificidade, seja ela por meio da culinária, da arquitetura, da dança ou do modo de falar. Como a cultura é um termo extremamente vasto e rico, seguem algumas imagens de diversas manifestações culturais de diversos lugares do mundo:









Vídeo aula 05 - O papel do professor na mediação cultural



O professor é responsável pela formação escolar de seus alunos e inclui-se aí também a formação humana, crítica e cidadã. Pensando nisso vemos o quão importante é o ensino da arte nas nossas escolas, já que a arte é uma forma de expressão de um determinado indivíduo que está inserido num meio cultural e social. A arte nada mais é do que a expressão subjetiva dos pensamentos e sentimentos humanos e é influenciada pelo aspecto sócio-histórico em que o artista está inserido.
O professor tem que aproximar seus alunos das expressões artísticas e mostrar para eles que todos podemos ser produtores de arte, seja por meio da pintura, da escultura, da música, da poesia, da dança, e etc. A arte precisa começar a ser vista de forma acessível aos nossos alunos, como uma manifestação cultural da nossa comunidade, ou seja não precisa ser necessariamente aquele tipo de arte que vemos em exposições caríssimas que está fora do contexto da comunidade escolar mas é também toda e qualquer  forma de expressão: da capoeira até o balé, do grafite ao cubismo, do hip hop à música clássica. 
É importante que a escola promova e insira o valor da arte no seu conteúdo escolar, para desmitificar o conceito de que a arte é algo inacessível e longínquo e promover principalmente a arte brasileira, tão rica e valiosa. Promover que os alunos conheçam os artistas brasileiros famosos e conceituados mas também que os alunos reconheçam o valor do artista do seu bairro, de rua, de circo. Mostrar aos alunos que podemos ler o contexto histórico através de uma manifestação artística deixa a aula de história muito mais interessante e atrativa aos alunos. A arte é multidisciplinar e transversal pois pode ser trabalhar em qualquer disciplina e com diversos eixos temáticos que agregam questões sociais e regionais com seu conteúdo poético.
Pela arte também podemos trabalhar o protagonismo das crianças, ressaltando a subjetividade presente na sua arte. É imprescindível que o professor estimule os dons artísticos de seus alunos até mesmo para melhorar a auto-estima dos mesmos, trazendo e proporcionando uma boa convivência entre eles. Mostrar aos alunos que eles também são artísticas e favorecer assim com que esse aluno perceba sua contribuição cultural para a sociedade, vendo-se como sujeito histórico determinante na mesma. A arte promove a interação do indivíduo na sociedade, fazendo com que o mesmo sinta-se parte dela e pode atuar significativamente no combate ao tráfico de drogas e à violência escolar.
Para incentivar a formação artística do aluno o professor precisa investir na sua própria formação para um melhor aproveitamento da disciplina. O professor tem que ter a visão de que cada aluno percebe a arte de uma forma e que difere também de cada fase da criança. Ou seja, o papel do professor como mediador cultural é fundamental para a formação dos alunos, pois é nesse momento de aprendizagem que alguns valores são interiorizados pelos mesmos e sentimos a carência de valorização da arte no Brasil.


terça-feira, 11 de junho de 2013

Vídeo aula 04 - Ética e saúde na escola

Na vídeo aula 04 a professora Lúcia Tipós vem conversar conosco sobre as questões que envolvem os alunos com necessidades educativas especiais. Uma aula que nos faz refletir sobre esses alunos e sobre a educação inclusiva como um todo. 

Primeiramente, devemos definir quais são os alunos que têm necessidades educativas especiais. A Conferência de Salamanca de 1994 discutiu os aspectos da educação especial e definiu como alunos de necessidades especiais aqueles que: vivem nas ruas e trabalham, os de origem remota ou nômades, pertencentes a minorias étnicas ou culturais, grupos marginalizados, e os deficientes e super-dotados. Essa definição é bastante ampla e abrangente, e corre-se o risco de tornar o termo inválido e vazio de significado.

A legislação brasileira para a educação inclusiva decidiu funilar os alunos com necessidades especiais e educacionais e entendeu que estes são todos as crianças deficientes ou portadoras de algum transtorno, e os super-dotados. Sendo assim, os alunos com necessidades educacionais especiais são os alunos que apresentam: deficiência física, deficiência auditiva, deficiência visual, deficiência mental (ou intelectual), e deficiência múltipla. Os transtornos globais do desenvolvimento são: o autismo, a esquizofrenia, a super-dotação, entre outros.

O professor deve conscientizar-se que tem que conhecer as necessidades de seu aluno para melhor auxiliá-lo nas tarefas da escola. Ele é o primeiro que não pode ter uma postura discriminatória ou preconceituosa, pelo contrário, sua postura deve ser sempre muito positiva e aberta à todos os seus alunos, independente de serem ou não portadores de necessidades especiais. O professor deve também tomar cuidado para não se limitar à deficiência de seu aluno, mas enxergá-lo como uma criança capaz de superar seus desafios. É um ser humano que precisam de uma atenção especial, e não uma doença por trás do ser humano. É indispensável que a escola não faça estigmas nem estereotipe seus alunos especiais para não dar margens ao preconceito nem a discriminação.

Devemos estudar muito sobre educação especial e inclusiva para recepcionar muito bem nossos alunos quando recebermos em nossa sala. Não devemos ter medo, pois são crianças como todas as outras que necessitam de atenção, afeto e respeito. Aliás, todas as nossas crianças, independente de serem portadoras de necessidades especiais carecem de atenção, afeto e respeito.

Vídeo aula 03 - Ética e valores na ação educativa



Nessa vídeo aula retomamos alguns conceitos e discussões dos primeiros módulos do nosso curso com o intuito de nos aprofundarmos posteriormente em questões da educação especial. Para pensar na educação especial é importante pensarmos na três revoluções educacionais que já passamos:

1ª revolução educacional
A 1ª revolução educacional aconteceu no Egito, aproximadamente há 2500 anos atrás. Era um educação exclusiva da Aristocracia, ou seja, apenas filhos dos faraós e de pessoas nobres da sociedade tinham algum nível de instrução. Os professores eram chamados de preceptores pois cada professor atendia a um aluno por vez, era uma educação individualizada. Esses preceptores eram contratados para cuidar da vida acadêmica e escolar daquela criança até sua fase adulta. Os alunos aprendiam: matemática, aritmética, gramática, astronomia, geometria entre outras disciplinas.
 Esse modelo de escola da primeira revolução educacional se estendeu até o século XVII. 

2ª revolução educacional
A 2ª revolução educacional aconteceu com as consolidação dos Estados Europeus no início do século XVIII. Era um contexto histórico do fim do feudalismo para o início da nacionalização dos países europeus e principal medida que marca a 2ª revolução educacional é um decreto do Rei Frederico Guilherme II da Prússia que estabelece em 1787 que a educação deve ser pública e sob responsabilidade do Estado (até então a Igreja se responsabilizava pela educação). 
Embora o decreto afirmasse que a educação era pública, não podemos dizer que a escola era para todos. Havia uma homogeneização dos alunos e apenas 10% das pessoas tinham acesso a escola. Outra característica dessa escola e que ainda é um modelo até os dias atuais é a organização da sala: alunos enfileirados, sala fechada e professor à frente.
Nessa escola homogeneizada não cabiam alunos com qualquer tipo de dificuldade de aprendizagem ou qualquer tipo de deficiência. A escola era apenas para os meninos que se encaixavam no padrão daquela sociedade.

3º revolução educacional
Chegamos então à 3ª revolução educacional que agrega a escola dos dias de hoje. A 3ª revolução tem como início o século XX nos países europeus, e as décadas de 70 e 80 (aproximadamente) no Brasil.
O grande marco é a universalização do acesso à educação que ocorre concomitantemente com a democratização da sociedade contemporânea. Agora podemos dizer que a escola é para todos, independente das diferenças sociais, econômicas, raciais, psicológicas, religiosas, ideológicas, culturais e de gênero. A grande questão e o grande desafio dessa escola que trabalhamos e que colocamos nossos filhos é:

- Como uma escola que foi projetada no século XVIII, para uma sociedade padronizada, vai suprir os problemas de hoje numa sociedade completamente pluralizada? O professor tem que enfrentar alguns desafios que entre outros estão: a diversidade de camadas sociais dentro da escola (pobres, ricos, indígenas, moradores de rua), a diversidade sexual, diversidade de etnias, de religião ou seja, como o professor vai democratizar sua sala de aula sendo que nem mesmo sua sociedade é democrática com as minorias? 
Além de conviver com a diferença e a diversidade, o professor também tem que estar preparado para trabalhar com alunos com necessidades especiais e deficientes. Sendo que muitas vezes o próprio professor pode conviver com tais pessoas especiais em sua vida pessoal e não saber lidar muito bem com elas. Porém, a partir do momento em que a pessoa escolhe ser professor ela necessariamente tem que estar aberta à todos os tipos de criança, um professor não pode nunca fazer discriminação entre seus alunos. Ele é o primeiro a dar o exemplo na classe de respeito ao próximo e de convivência democrática. 
O professor tem que trabalhar as relações interpessoais com seus alunos: o respeito ao próximo, o respeito à diferença, os valores, o respeito do espaço do outro. Mesmo que esse "outro" não seja a pessoa que estamos habituadas a conviver. Porém quando mais diferente uma sala de aula, mais rica ela é, porque junta diversas culturas num mesmo espaço de convivência. Isso não deve ser visto como algo ruim, mas algo totalmente positivo para o processo educativo.
O professor tem que tomar muito cuidado para que a educação inclusiva não seja perversa, e não exclua ao invés de incluir. Ele tem que se colocar no lugar do outro para perceber se aquele seu aluno especial está a vontade na sala, se está confortável como seus outros colegas. Ao contrário do que muitos pensam, a educação especial não deve ser visto como um bicho de sete cabeças, mas como pessoas especiais que vão acrescentar na formação dos alunos e da classe como um todo.

Vídeo aula 2 - A ação educativa ao longo da trajetória escolar

Na vídeo aula número 2 vem nos falar sobre a função do professor e da ação educativa desde a educação infantil, passando pelo ensino fundamental até chegar no ensino médio. Como o aluno percebe a escola durante sua trajetória escolar.

Na Educação Infantil, o aluno é inserido num contexto totalmente novo da sua vida, marcado pela novidade e pelas descobertas. Nessa fase o aluno é marcado pelas brincadeiras, pela alegria da escola e pela convivência com os amigos. O professor tem o papel de ajudar a criança na adaptação, na ampliação de suas referências de mundo e de linguagens. O professor também precisa trabalhar com a criança no sentido de mostrar a ela o que é a escola e como ela funciona, ou seja a institucionalização da escola. 

Nas séries iniciais do Ensino Fundamental, a criança tem que aprender a aprender e deixar de lado o conceito de escola que lhe foi ensinado na pré escola. Aqui a escola não serve mais para brincar, mas para aprender e ela tem que se adaptar a um novo ritmo escola, sendo motivada a aprender. O professor tem o papel de instruir sobre a hierarquia e o espaço escolar. É a escolarização e onde o aluno tem que desenvolver habilidades para uma convivência social saudável. Durante o Ensino Fundamental os alunos trabalham também com o auto-conceito ( a sua visão de si mesmo) e a autonomia. O professor tem que mediar o fortalecimento da relação aluno - escola pelas dimensões afetivas, metodológica, funcional, cognitiva e social. Nas séries finais do Ensino Fundamental o aluno é cobrado das exigências da vida escola, num momento em que ele tem que se dividir entre seu divertimento e sua responsabilidade de estudar e tirar boas notas. Tudo com orientação, supervisão e ação direta do professor.

No Ensino Médio os adolescentes até reconhecem que a escola é um espaço importante mas estão envolvidos e preocupados  com outras coisas típicas da idade. Nesse momento ocorrem as crises de identidade, e em relação ao seu projeto de vida e ao seu futuro. O professor tem o papel de apoiar, orientar e conscientizar seus alunos para a vida social, profissional e afetiva. Entrar na realidade dos alunos e falar de igual para igual é muito importante. 

Notamos assim que a ação educativa assume diferentes ênfases de acordo com a fase escolar do aluno. Cabe ao professor a sensibilidade de perceber o que o seu aluno precisa, onde ele requer orientação e apoio para sua formação e educação.

Vídeo aula 1 - Papel do professor: instruir ou educar?



Bom dia à todos, iniciamos hoje o Módulo 4 no curso de especialização em "Ética, valores e cidadania na escola". Iniciamos pelo módulo Profissão Docente, que hoje vem nos perguntar: qual é a real função do professor? Transmitir os conteúdos das disciplinas ou educar para uma formação humana?
Este talvez seja o maior desafio para a educação do século XXI pois vivemos numa sociedade carente de valores morais e éticos, sendo assim, o professor deve tomar para si a responsabilidade de inserir tais valores na sala de aula? Eu penso que essa é sim a função do professor! A prática docente está além de ensinar apenas Português, Matemática ou História, mas também é ensinar a cidadania, os direitos humanos, a ética e o respeito ao próximo. Não faz sentido entrar numa sala de aula para ensinar apenas os conteúdos previstos para aquela série. Ao longo dos dias surgirão conflitos e situações onde o professor deve intervir e deve aproveitar esses fatos para conscientizar os alunos sobre o outro, seu espaço e a uma convivência democrática entre todos.
O grande pedagogo George Gusdorf nos pergunta se o ensino deve se submeter à educação, ou se a educação deve se submeter ao ensino? Eu penso que nenhum dos dois (ensino e educação) devem sobressair, pois ambos têm uma função primordial e fundamental. Mas concordo com ele quando ele diz que a pedagogia vai muito além das disciplinas. Tanto que os Parâmetros Curriculares Nacionais orientam os educadores no sentido de valorizar o processo educativo no compromisso social, em prol de uma cidadania democrática e participativa onde os alunos devem enxergar-se como protagonistas do seu meio social. O professor deve orientar os educandos para essa responsabilidade. Educá-los para o mundo e para a sociedade.
Finalmente a educação se divide em instruir pedagogicamente, nas disciplinas e no conteúdo mas também na formação educacional que visão a formação humana em aspectos sociais. Tudo para oferecer aos educandos um desenvolvimento cognitivo, psicológico e social; aprendizagens dos conteúdos que não deixam de ser indispensáveis na vida escola; personalização do indivíduo para que este tenha sua própria identidade; socialização onde os educandos devem perceber que vivemos em grupo e em sociedade, respeitando à todos; humanização no sentido de inserir valores nos atos dos indivíduos; e libertação conforme a pedagogia de Paulo Freire que propõe uma educação libertadora e autônoma para formar alunos responsáveis e conscientes.
A escola deve achar uma maneira de equilibrar todos esses aspectos e entrar em sintonia com a sociedade para que vivemos mais harmoniosamente e para que formemos pessoas mais tolerantes, justas, honestas com valores morais e éticos para o convívio democrático.

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