quarta-feira, 6 de março de 2013

Vídeo aula 04 - Os estudos culturais e a convivência democrática


Os estudos culturais contribuem para a produção de sujeitos na sociedade, particularmente nas escolas, reforçando a ideia de que a educação não pode ignorar as questões da relação entre cultura, estado, mercado e sociedade civil.
Esses estudos, teoricamente, surgiram com os intelectuais ingleses, colocando-se como um contraponto à cultura (alta cultura). Defendem a ideia de que, nas camadas populares, não existiam apenas mau gosto, passividade e assimilação, mas também resistência e produção. Funcionam como forma de intervenção social e suas análises visam contribuir para o desenvolvimento de uma cultura pública e uma sociedade democrática, ou seja, o reconhecimento das diferenças culturais e a distribuição de renda.
Sob a ótica dos Estudos Culturais, a cultura decorre de dois movimentos: antropológico e contra movimento. A cultura é vista em toda sua pluralidade, englobando aspectos não somente culturais, mas sociais e políticos.
Espaços de socialização, como escolas, bairros, locais de trabalho e lazer, entre outros, constituem-se como espaços de construção permanente de cultura, criando, assim, práticas significativas. 
A conceito de cultura deve auxiliar na compreensão dos processos históricos e sociais. Segue um vídeo que nos fala sobre "O papel da cultura na educação do sujeito transformador":




Vídeo aula 03 - A globalização e o impacto sobre a cultura

Olá, boa noite a todos!
A vídeo aula 03 fala sobre a Globalização e o impacto sobre a cultura e acho válido agregar a discussão esse documentário sobre a fala do grande geógrafo Milton Santos intitulado "O mundo global visto do lado de cá". Segue um comentário sobre o vídeo:


O intelectual Milton Santos nos fala sobre a globalização, seus reflexos, consequências e perversidades. O geógrafo coloca a globalização como um "desmonte do estado de bem estar social" em prol de uma sociedade excludente onde os bens materiais e a qualidade de vida são privilégios de uma minoria rica. Uma frase que eu achei fantástica mas muito triste é que: "o consumo é hoje o grande fundamentalismo".
Na escola aprendemos que a globalização é uma interação mundial econômica e tecnológica, num contexto em que a globalização aproxima distâncias e facilita a comunicação e a integração em escalas mundiais. Mas esse é só um lado da globalização, existe também o lado das disparidades. A economia hoje move o mundo, o sistema financeiro dita as regras da sociedade e é ai que se encontra a perversidade, pois o capital está nas mãos de uma minúscula parcela da população. A globalização promove disparidades e contradições absurdas como por exemplo um trabalhador de determinada multinacional não tem condições financeiras de comprar o produto que ele próprio produz, outro exemplo são as privatizações onde até a água que é um bem natural querem colocar um preço.
A globalização conta ainda com uma importante ferramenta que facilita a camuflagem dos dados e a enganação do povo: a mídia. A mídia é hoje uma intermediação entre agências internacionais de informação que são mantidas por grandes grupos de empresários. Ou seja, a mídia só noticia aquilo que é conveniente para esses "grupos" ou então manipula as informações de tal forma que descaracteriza a notícia e culpa os bandidos errados. É interessante para esses grupos, e para o governo, que a mídia aliene as pessoas com uma cultura inútil e de baixo valor para que as pessoas não se atentem com as arbitrariedades e roubos que ocorrem com elas o tempo todo. Outro fator importante que a mídia favorece o sistema econômico é o imperialismo cultural que somos submetidos. A globalização desenraíza a identidade local de um determinado grupo e impõem uma identidade global pautada no consumismo desenfreado. Estamos perdendo as particularidades que nos diferem e estamos nos tornando cada vez mais iguais, como robôs sem personalidade. 
Nós temos que lutar contra esse "glotalitarismo" excludente e ditador que oprime as camadas pobres da sociedade. Precisamos pensar num novo modelo econômico justo onde exista de fato uma globalização solidária e humana em que o bem estar das população volte a ser prioridade para os governos e para as empresas.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Vídeo aula 02 - Direitos humanos na América Latina e no Brasil

A vídeo aula 02 vem falar especificamente dos direitos humanos na América Latina e no Brasil, considerando como um fator relevante as características de exploração da nossa colonização. Ter uma colonização de exploração, faz com que desde o início a construção da identidade do brasileiro ou do latino americano prevaleça o caráter de submissão frente aos colonizadores. Nem Portugal nem Espanha se importaram com os que aqui viviam, sua história, seu território e sua cultura. Os descobrimentos foram uma aniquilação da população nativa e de toda sua identidade em prol do lucro e da acumulação de capital das metrópoles. Isso faz com que desde o início o Brasil, dito conhecido ou descoberto, tenha uma história de luta pelos direitos dos habitantes. A história é um processo longo e por vezes demorado, mas a Independência da América Latina e do Brasil é um basta a essa exploração sofrida desde sempre. Exploração esta que explica muitas características que o povo carrega até hoje, visto o desinteresse que o brasileiro demonstra com a política e com as questões sociais. Enfim, as independências dos países latino-americanos culminaram da conscientização do povo de seus direitos.

A partir de 1964 o Brasil viveu uma estagnação de seus direitos sociais e civis com a ditadura militar, onde as pessoas não podiam se rebelar contra um sistema opressor, desigual e criminoso. A população viveu uma negação de todos seus direitos humanos: direito de livre expressão, direito de formar organizações, direito de contestar a ordem vigente. O país viveu sob tortura, sob censura e sob crimes contra a humanidade. Liberdade, igualdade e fraternidade se tornaram utopia. Um dos capítulos mais obscuros e aterrorizantes da história brasileira. 




Com o fim da ditadura os brasileiros buscam desesperadamente uma vida digna e justa, lutando pela liberdade de escolha, de expressão, de pensamento e lutando pela igualdade civil e social. Por mais triste que seja, a ditadura militar não pode ser esquecida pois depois dela nossos direitos foram finalmente estabelecidos e a sociedade renasceu de fato. E é fundamental levar para a sala de aula os direitos humanos e mostrar o quanto o país já sofreu quando estes foram ausentes. E é mais importante ainda mostrar aos nossos alunos que eles podem e devem lutar para que seus direitos sejam preservados e garantidos, formando alunos conscientes, atuantes no meio em que vivem, e protagonistas de sua própria história.

Vídeo aula 01 - Contexto histórico dos Direitos Humanos

Olá, boa noite! Iniciamos hoje o terceiro módulo no curso de especialização "Ética, valores e cidadania na escola" pela UNIVESP/USP. E esse terceiro módulo incia-se com a disciplina "Direitos Humanos", e em sua primeira aula vem nos contar sobre o contexto histórico que os direitos humanos se estabelecem ao longo da história.

Um primeiro dado importante e relevante para nós é que os Direitos Humanos não são apenas declarações e leis que devem ser respeitadas. Os direitos humanos estão além dos decretos e não devem ser vistos como obrigação mas devem ser direitos intrínsecos da sociedade, num contexto onde as pessoas não devem respeitá-los para não infringir uma lei, mas as pessoas devem respeitá-los porque elas devem respeitar o outro, as pessoas que ela convive, ela deve respeitar a sociedade de maneira geral para que vivemos harmoniosamente. Os direitos humanos foram solidificando-se de acordo com as necessidades da sociedade desde a antiguidade, ou seja, são construções feita pelo homem para que seus direitos sejam preservados desde os primórdios da história para combater as injustiças e/ou desigualdades sociais; isso nos mostra que o homem sempre buscou e lutou por melhores condições de vida e de sociabilidade.

As primeiras manifestações de direitos dos homens foram as cerimônias e os ritos de nascimento e luto na chamada pré-história. Ali já se preservava o direito de dar nome aqueles que nasciam. Na Grécia Antiga temos o relato de um teatro cujo os personagens de Antígona e o Reis debatiam acerca do direito de Antígona de enterrar seu irmão. Ali já se preservava o direito de chorar e velar os mortos. Na idade média os camponeses lutavam por melhores condições sanitária devido a epidemias e doenças que assolavam a Europa e aí já se preservava o direito de rebelar-se contra as injustiças sociais. Na modernidade estudamos a Revolução Francesa onde o povo lutava contra o absolutismo e contra a concentração de privilégios e riquezas das altas camadas da sociedade. Aí já se preservava o direito de lutar contra as desigualdades sociais e é a primeira vez que os direitos humanos são proclamados e publicados nos ideais de LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE. No séculos XX estudamos o terror das duas grandes guerras mundiais onde o mundo percebe o seu potencial de destruição em massa, o que leva a Declaração Universal do Direitos Humanos após a segunda guerra mundial. A partir daí os direitos humanos não se concentram exclusivamente no homem individual, mas em toda a humanidade e passa a projetar a paz! Em todas as situações históricas podemos observar que os direitos humanos são movimentos contra a opressão, a tirania, o absolutismo, as injustiças e as desigualdades sociais e em busca da liberdade, da igualdade e da fraternidade.

Os direitos humanos se constituem pela busca do homem em se tornar mais humano e mais solidário, sua vida em sociedade mais harmoniosa e equilibrada. E não podemos vê-los apenas como leis que devem ser cumpridas, mas como obrigações que temos uns com os outros para nosso próprio bem estar coletivo.


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