O professor Solon Viola nos conta de maneira muito interessante e inteligente a representação social dos Direitos Humanos na sociedade brasileira. Em primeiro lugar, os Direitos Humanos ainda não estão totalmente enraizados na consciência do brasileiro. Como a luta pelos Direitos Humanos se fortaleceu na década de 60 juntamente com a luta pela democracia e pela liberdade individual contra a ditadura, infelizmente ainda vemos essa questão ser tratada de forma pejorativa principalmente pela grande mídia que desde aquela época e até hoje promove os Direitos Humanos como direitos de "bandidos". Essa é uma afirmação que tem como interesse da classe dominante criminalizar a classe inferior para legitimar seus anseios econômicos e sustentar as desigualdades sociais e de renda. Tem o intuito de associar a violência à classe popular. Mas a partir do fim da ditadura até os dias de hoje, a sociedade brasileira vem buscando sua verdadeira identidade e com o tempo vai desmitificar esse caráter pejorativo dos Direitos Humanos.
Esse talvez seja um dos principais e mais ousados papéis da educação: mostrar aos educandos que eles são sujeitos de direitos em prol da dignidade humana. Conscientizar a comunidade escolar que os Direitos Humanos são universais (porque devem ser respeitados em qualquer lugar do mundo) e são naturais (porque não precisam estar numa lei específica para ser respeitado). Que todas as pessoas tem o direito da igualdade, ou seja ela tem o direito de ser diferente, mas deve ser tratada como igual a todos.
O professor Solon também nos explica a diferença entre os Direitos Humanos e a cidadania. Os Direitos Humanos, como disse são universais e naturais. Devem estar intrínsecos na consciência das pessoas independente do lugar que elas vivam; é o direito de ser tratado como ser humano. A cidadania já tem um caráter de nação, e varia conforme o país que você vive. O Brasil tem um conceito de cidadão, mas a Índia tem outro conceito, embora nos dois países os Direitos Humanos sejam os mesmos.
Nos coloca também que basta conhecer os Direitos Humanos, mas não basta conhecer os Direitos Humanos. No sentido de que é bom que nós conhecemos os Direitos Humanos, mas é muito melhor quando só o conhecer não basta, mas sim lutar para que eles sejam vigorados efetivamente.
Para finalizar, nós educadores temos que partir da realidade e do conhecimento do aluno para inserir os princípios dos Direitos Humanos e para que eles passem a ser interiorizados dentre de cada um a partir da escola e depois na sociedade como um todo. É nosso dever moral fazer com que os alunos entendam e reconheçam o outro, que ele pode ser diferente de você mas ele tem o direito de ser tratada igual à você. E fazer com que os alunos compreendam que toda e qualquer forma de discriminação é ir contra os direitos que a pessoa tem de ser ser humano, e que não devemos nunca julgar moralmente alguém independente se essa pessoa é idônea ou não.
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