quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Vídeo aula 11 - Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

Olá, bom dia à todos, hoje vamos falar de um tema muito importante e recorrente no contexto escolar: o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Infelizmente, por falta de orientação e principalmente por falta de informação, nós como escola muitas vezes agimos de maneira errada com crianças e jovens que sofrem com o TDAH, o que traz um prejuízo maior para esse aluno. Então, vamos tentar entender e desmitificar o que é esse transtorno e como podemos ajudar:

O TDAH é um transtorno comportamental e neurobiológico, de causas genéticas e ambientais que surge na infância mas pode acompanhar a vida adulta. São três as principais caraterísticas: desatenção, hiperatividade e impulsividade. As crianças com TDAH tem dificuldades em relacionamentos interpessoais, dificuldades sociais de modo geral, e baixo rendimento escolar e/ou profissional. O TDAH acomete cerca de 5 a 13% das crianças, na maioria dos casos os meninos. As causas são multifatoriais, ou seja, uma combinação de fatores genéticos, biológicos e psicossociais; sendo assim o tratamento também deve ser multifatorial. Cada caso é um caso e não existe uma receita pronta para todos os casos. Cada criança deve ser tratada conforme sua necessidade, entre os tratamentos possíveis podemos destacar a medicação, a psicoterapia e o envolvimento e orientação da família e da escola.


Existem três tipos de TDAH: o predominantemente desatento, o predominantemente hiperativo-impulsivo, e o combinado. O diagnóstico deve ser clínico feito por um neurologista, psiquiatra ou psicólogo e deve ser feito através de uma avaliação onde a criança seja observada em todos os contextos em que ela vive. Nós como profissionais da educação não podemos diagnosticar o TDAH mas podemos nos atentar para sintomas e características principais. O predominantemente desatento geralmente é desorganizado, esquecido, distraído, com tendências ao isolamento social por não conseguir relacionar-se com as pessoas, e tem dificuldades para trabalhar em grupo. O predominantemente hiperativo-impulsivo geralmente é mais agressivo e por isso são rejeitados pelo grupo e pelos colegas. São crianças impopulares da escola, agitados, inquietas e impulsivas demais. Não consegue ficar quieto, em silêncio, falam e conversam muito, são precipitados e impacientes. As crianças que tem o TDAH combinado são as que tem todas as características descritas acima ao mesmo tempo e de forma mais grave e intensa. Elas sofrem mais pois tudo é agravado, sendo que elas tem prejuízo no seu funcionamento global (social, cognitivo, interpessoal). 

Alguns sintomas que ficam evidentes na escola e que nós professores devemos nos atentar para orientar as próprias crianças e seus responsáveis:
* alteração na fala;
* falta de noção de espaço;
* dificuldade para ler gráficos e letras e números parecidos;
* dificuldade para ficar sentado e prestar atenção;
* pouca coordenação motora;
* dificuldade para terminar alguma tarefa.



As crianças que desenvolvem o TDAH são crianças que necessariamente devem ter um cuidado especial pois esse transtorno traz muitas consequências para seu desenvolvimento e sua vida social. Entre as consequências estão o baixo rendimento escolar, a perda de auto estima, tristeza e falta de motivação por ela não ser compreendida e não se compreender, ela tem uma predisposição a episódios depressivos graves, na  adolescência ela pode ter uma maior predisposição a se envolver com drogas e álcool e quando adultos se tornam inseguros com pouca habilidade para relacionamentos.

Como a escola pode intervir e ajudar? Através da educação, da orientação e da conscientização das próprias crianças, dos pais, dos professores, da equipe escolar e dos colegas. Quando temos um aluno com  TDAH, nossa função é acolher e ensinar os outros também a acolher as dificuldades e a diferença dessa criança. Incluí-la no grupo e fazer com que ela se sinta parte dele. Desfazer estereótipos e preconceitos que a sociedade impõem e mostrar o quanto elas também são capazes de progredir e aprender. Devemos nos atentar para melhorar a auto estima e a aceitação desse aluno, já que geralmente ele é taxado e rejeitado pelos colegas e pelos próprios professores pela dificuldade de convivência. Reconhecer e elogiar sempre que essa criança merecer para estimulá-la e principalmente englobar e orientar os pais em tudo que diz respeito à essa criança. O TDAH não deve ser visto como um bicho de sete cabeças, mas deve ser visto como uma oportunidade de aprender e poder ajudar com a diferença através da inclusão.



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