(Disponível em http://migre.me/bvdaQ)
Antes de falarmos sobre Práticas de Cidadania para comunidades devemos entender a dinâmica e a vida social dessa comunidade, para depois pensar em modos de intervenção.
Devemos nos atentar para que a realidade social de cada grupo é um longo processo de construção histórico-cultural. Nenhuma comunidade nasce do jeito que conhecemos hoje, ela teve seu início e sofreu transformações ao longo de todo o tempo em que ali vivem - transformações econômicas, transformações estruturais, transformações históricas... E, cada indivíduo é um sujeito histórico da sociedade, com direitos e deveres que devem resguardar a cidadania e o bem estar da comunidade. Cada indivíduo tem um papel na sociedade, seja ele estudar, seja ele trabalhar, seja ele ter uma família, seja ele um empresário. E cada um de nós somos frutos de um Representação Social daquilo que almejamos ser, ou seja, cada indivíduo tem uma referência para se espelhar e influenciar. Todas essas questões e muitas outras que não foram aqui discutidas, determinam e integram a realidade social daquela comunidade. São vários pequenos itens de cunho político, psicológico, sociológico, histórico que tecem essa rede que entendemos como realidade social.
E, para intervir em qualquer comunidade, devemos nos atentar para todas as representações dessa realidade social. Não há maneiras de intervenção sem antes estudar a fundo a realidade, as crenças, a cultura do lugar, até porque dados científicos tem pouca força perto daquilo que a comunidade crê. Não adiante chegar impondo qualquer situação que agrida a cultura desse lugar, temos que respeitar integralmente essa cultura e a especificidade de cada lugar; e se de fato uma intervenção tenha que agregar algum fundamento na cultura, isso deve ser feito com muita cautela e sensibilidade de como que as pessoas não se sintam ofendidas, mas ajudadas. As práticas de cidadania tem que reconhecer a realidade para não agir desrespeitosamente e para alcançar o objetivo esperado.
Existem algumas etapas que devem ser cumpridas para a elaboração de projetos de atenção direta à comunidade. Projetos estes que podem ser pela promoção da saúde, pela promoção da educação, pela promoção da conscientização. São exemplos: projetos para diminuição do tráfico de drogas, projetos de alfabetização, projetos que levem informação aos moradores acerca de trabalho, estudo, emprego. Enfim, são infinitos os problemas sociais, sendo assim, infinitos modos de intervenção. Vamos as etapas de elaboração do projeto:
* Caracterização da comunidade: conhecer, aprofundar, contextualizar a dinâmica da vida daquelas pessoas, suas culturas e suas crenças. São feitos através de diálogos, entrevistas, debates com os moradores;
* Criação de parcerias: eleger representantes de dentro da comunidade para agir acompanhar de perto o projeto, seria como se fosse a voz da comunidade;
* Levantamento de demandas: especificar as questões urgentes e o que deverá ser feito naquela comunidade visto suas necessidades e carências;
* Problematização das demandas: aprofundar nas necessidades e carências e tentar buscar a raiz do problema;
Cumpridas essas etapas o projeto conta ainda com o objetivo que deverá ser alcançado, a definição do público alvo, as metodologias e as estratégias de intervenção, os resultados esperados na comunidade e o cronograma. Ou seja, um projeto que vise a prática da cidadania deve ser muito bem elaborado e planejado, não podemos chegar na casa de um amigo querendo mudar seu modo e visão da vida. Devemos agir primeiro pela conscientização, levantar dados para provar que está acontecendo ali algo que prejudica-o de alguma forma e que há melhores maneiras de contornas os problemas.
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