quarta-feira, 3 de julho de 2013

Vídeo aula 21 - A complexidade da constituição docente

A vídeo aula de hoje talvez seja uma das mais difíceis e triste sobre a profissão docente, como disse a professora Silvia Colelo: falar sobre a dimensão do exercício do professor.  Infelizmente, vemos hoje na escola uma realidade muito dura e desestimulante para o professor que tem que lidar com desafios em que não foi preparado e realidades que não conhece. O professor parece estar sozinho na escola, tendo que resolver num passe de mágica todos os problemas e conflitos existentes na rotina de forma justa pois ele será cobrado por isso seja pela direção ou pelos pais dos alunos. E mesmo quando age de forma justa, honesta e com bom senso, ainda sim, muitas vezes ele é criticado e mal interpretado.



Dentro dos fatores extrínsecos da constituição docente temos a sua profissionalização: o curso que ele fez, a faculdade que frequentou, os caminhos da sua formação, a escola e o seu salário. São condições objetivas da carreira: sua carga horária, sua condições trabalhistas, quantidade de alunos, estrutura do local de trabalho. Dentro dos fatores intrínsecos estão os seu sentimentos durante todo esse processo, suas experiências e transformações ao longo da formação - sua profissionalidade (profissionalização + personalidade). Suas condições subjetivas: como ele sente-se na escola, dando sua aula, relacionando com seus alunos; sua insegurança, insatisfação, desinteresse.
O professor leva para a sala de aula seus saberes e concepções. Os saberes são seus conhecimentos formais pedagógicos, ou seja, o conteúdo das aulas, as disciplinas, a metodologia que ele usará, todo o conhecimento de mundo que ele transmitirá aos seus alunos. Suas concepções são suas visões sobre o aluno, da profissão docente, da expectativa de aprendizagem, sua personalidade e subjetividade. 

Todas as questões levantadas são banhadas numa variação entre satisfação e insatisfação. O professor ganha pouco, em compensação sente-se feliz quando sua sala atinge um nível de aprendizagem. O professor disciplina sua sala, mas recebe críticas de pais sobre sua autoridade... parece-nos que nunca teremos um reconhecimento pleno de nossa profissão.
Enfim, para tentar mudar sua realidade o professor tem que conhecê-la, vivê-la, refleti-la e lutar por melhores condições e valorização. Valorização do ensino e do seu trabalho coletivo. Tem que ter a disponibilidade pessoal para renovar seu trabalho. Tem que colocar-se como sujeito que define caminhos e criar alternativas e tem que afirmar-se como sujeito do conhecimento.

Todas essas complexas dimensões têm feito que o número de ingressantes nas licenciaturas têm diminuído ano a ano. O magistério tem vivenciado uma crise que precisa de solução urgente, objetiva e prática. É claro que são inúmeros os desafios visto que os problemas que vivemos na escola são problemas estruturados na sociedade, mas se investirmos numa formação humana e crítica de nossos alunos podemos, pouco a pouco conscientizar as próximas gerações no sentido de valorização do professor, do ensino e da escola.


Nenhum comentário:

Visualizações de página