sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Vídeo aula 17 - Transformações sociais, currículo e cultura.

Na aula de hoje vamos conversar sobre a definição desses três conceitos e suas relações: Transformações sociais, currículo e cultura. Dentro da escola, esses conceitos conversam e interagem o tempo todo. É a partir deles que definimos nossa postura, os conteúdos transmitidos aos alunos, e a postura que queremos que eles adotem. 

Uma das principais e mais significativas transformações sociais, é a sociedade moderna globalizada. O próprio termo já explica um pouco sobre o conceito: global. A tendência é ser menos local e mais global. Tanto que convivemos cada vez mais com o outro, com diversas culturas, o tempo todo. Através da modernidade e da tecnologia estamos conectados com qualquer parte do mundo na hora que quisermos. Isso aproxima os grupos, os povos, as culturas. E vivemos também uma inserção do modelo democrático onde todos os grupos (principalmente os menores) estão cada vez mais inseridos na sociedade. Hoje vemos na escola a inclusão dos deficientes, de índios, crianças das mais diversas religiões e culturas. É um novo modelo social multicultural, com uma diversidade cultural extensa e que deve ser respeitada e compreendida por todos.

Essa sociedade globalizada e multicultural traz reflexos e mudanças na escola. Tudo aquilo se que aprende na escola, todas as experiências propostas na escola nós chamamos de currículo. Ou seja, todo o currículo escolar é uma experiência social: a explicação do professor, as atividades diárias, as provas, os ensinamentos ocultos, questões éticas e valores morais  --> tudo é currículo. E diante das transformações sociais, o currículo também sofreu mudou. Antes contávamos com um currículo tradicional e elitista, proposta por cidadãos brancos, que estudaram em colégios tradicionais com pensamentos tradicionais e que defendiam uma manutenção silenciosa das desigualdades sociais, onde prevalecia a elite como grupo dominante. Desde os anos 60 e 80, através das transformações sociais, o currículo vem sofrendo reformulações e nos anos 90 é praticamente uma quebra de paradigma pois a partir daí a escola passa a ensinar e falar sobre movimentos e grupos sociais minoritários, questões de classes, de gênero, de moradia e cidadania. As transformações da sociedade que agora é multicultural, culminaram nas transformações curriculares. Percebem a importância do currículo da escola? 

E com todas essas transformações estamos notando que o termo cultura está cada vez mais impregnado no nosso dia a dia. Termo esse que antes designava pessoas cultas, inteligentes, eruditas, e que hoje abrange todos os costumes de todos os povos. No séculos XX a cultura deixa de ser um termo evolucionista e elitista e ganha força entre as massas. A cultura age como um campo de lutas para a validação de seus significados. É um mundo inteiro querendo impor e mostrar seus costumes para o outro. É uma imposição simbólica, as vezes pacífica outras não. E desde o início da humanidade existem os grupos dominantes que querem que suas representações sejam impostas para que também sejam incorporadas como verdadeiras. Podemos notar claramente a imposição do padrão de beleza, do padrão de vida consumista, tudo é padronizado de acordo com os interesses da sociedade. Mas que sociedade? A que domina os outros grupos silenciosamente? É aí que devemos alertar e reproduzir nos alunos a criticidade e a consciência cidadã. Devemos ensinar que no campo de luta cultural existem também as incorporações (onde um grupo incorpora ações de outros), a distorção (quando um grupo deturpa ações do outro), resistência (quando um grupo resiste à imposição do outro) e a negociação (quando os outros negociam pelo bem comum). Grupos e sociedades dominantes sempre existirão, mas devemos aproveitar os benefícios do conhecimento que temos hoje sobre a diversidade cultural e transmitir aos nossos alunos, de forma que promovemos a inclusão de todas as pessoas numa escola e numa sociedade justa e democrática.


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