terça-feira, 27 de novembro de 2012

Vídeo aula 06 - Educação Comunitária e questões de gênero na escola

A professora Valéria Arantes nos fala nessa vídeo aula sobre um projeto interdisciplinar e transversal que ela coordenou numa escola na cidade de São Paulo: um projeto sobre as questões de gênero.
O primeiro desafio foi o questionamento dos professores do motivo do projeto; segundo eles, esse era um tema que não tinha nada a ver com a escola. Porém assim como a professora Valéria Arantes explicou e eu concordo absolutamente, as questões de gênero fazem parte de uma educação voltada para a cidadania e infelizmente temos que falar de tais assuntos com nossos alunos porque tais assuntos estão presentes nas suas vidas pessoais. Não existe uma educação comunitária que não estude a realidade do aluno, que não faça uma sondagem profunda sobre a vida daquela comunidade escola, não existe educação para a cidadania se a escola não conhece a vida que acontece na sociedade a sua volta.

O projeto da professora Valéria consistia em duas principais frentes de trabalhos: investigação e intervenção. A investigação foi a parte do projeto onde ela buscou e analisou dados fornecidos pelos alunos sobre a realidade e os conflitos de gênero que eles presenciavam na família. A intervenção seria um trabalho de conscientização com os alunos sobre tais conflitos. Observou-se que os conflitos se dividem em: conflitos amorosos, conflitos por traição, conflitos por separação, violência verbal e/ou física contra o homem, violência verbal e/ou física contra o casal, violência verbal e/ou física contra a mulher. Infelizmente a maioria das nossas crianças vivem num ambiente familiar marcado por pelo menos um desses conflitos. Nossas crianças presenciam o tempo todo discussão e agressão dos seus pais, por esse motivo é necessário que a escola faça um trabalho de conscientização com os alunos que vise a resolução dos conflitos. Mas, a escola precisa fornecer uma formação para que os conflitos sejam resolvidos baseados em princípios éticos, morais e justos. A escola não pode se ausentar num tema tão importante e tão frequente na vida dos alunos e se queremos formar cidadãos mais dignos e honestos, temos que promover esses tipos de diálogos e discussões para que os alunos percebam as melhores formas de resolução desses conflitos. 

Outro dado importante que a professora Valéria quantificou foi a forma que os alunos resolveriam o problema de gênero. Pode ser dividido em três formas: categoria não moral - onde as pessoas não recorrem aos princípios éticos e justos para a resolução do conflitos; categoria mágica - onde as pessoas transferem ou ignoram a situação colocando a culpa em Deus ou no outro exclusivamente; e categoria moral - onde as pessoas resolvem o conflito recorrendo à ética e à justiça. Depois do trabalho de intervenção, a pesquisa da professora Valéria nos mostra que houve um aumento significativo na resolução dos conflitos com a categoria moral. Ou seja, todo o trabalho de CONSCIENTIZAÇÃO e intervenção vale muito a pena para que os alunos interiorizem os bons princípios de ética e de justiça e para que percebam nesse tema especificamente que somos homens e mulheres iguais e diferentes ao mesmo tempo. Nós como professores temos o compromisso social de promover a conscientização dos nossos alunos em todos os aspectos possíveis para que os alunos saiam da escola com a educação e a cidadania  enraizados dentro de si. Parabéns à professora Valéria Arantes e a sua equipe de pesquisa. Posso dizer por mim mesma que antes dessa vídeo aula enxergava as questões de gêneros de uma forma bem limitada e reducionista. Depois dessa vídeo aula eu percebi a importância que falarmos sobre tais temas com nossos alunos para que tentemos promover uma sociedade cada vez mais justa e harmoniosa.


Nenhum comentário:

Visualizações de página