Boa tarde à todos.
Esse é o primeiro post do Módulo 1 dentro da disciplina Temas Transversais e vai falar sobre as Revoluções Educacionais.
Na vídeo aula 1 o professor Ulisses Araújo se baseia no autor José Esteve e em seu livro "A 3ª revolução educacional". Ele estabelece um parâmetro entre a escola de antes e a escola de hoje, seus principais desafios e problemas. Para entendermos a escola atual é necessário olharmos para trás e entender a história da escola, a história da educação.
1ª revolução educacional
A 1ª revolução educacional aconteceu no Egito, aproximadamente há 2500 anos atrás. Era um educação exclusiva da Aristocracia, ou seja, apenas filhos dos faraós e de pessoas nobres da sociedade tinham algum nível de instrução. Os professores eram chamados de preceptores pois cada professor atendia a um aluno por vez, era uma educação individualizada. Esses preceptores eram contratados para cuidar da vida acadêmica e escolar daquela criança até sua fase adulta. Os alunos aprendiam: matemática, aritmética, gramática, astronomia, geometria entre outras disciplinas.
Esse modelo de escola da primeira revolução educacional se estendeu até o século XVII.
2ª revolução educacional
A 2ª revolução educacional aconteceu com as consolidação dos Estados Europeus no início do século XVIII. Era um contexto histórico do fim do feudalismo para o início da nacionalização dos países europeus e principal medida que marca a 2ª revolução educacional é um decreto do Rei Frederico Guilherme II da Prússia que estabelece em 1787 que a educação deve ser pública e sob responsabilidade do Estado (até então a Igreja se responsabilizava pela educação).
Embora o decreto afirmasse que a educação era pública, não podemos dizer que a escola era para todos.
Observando a imagem podemos concluir que a escola era aberta apenas aos meninos. Na foto ainda há alguns alunos de cor parda, porém no século XVIII apenas as crianças brancas frequentavam a escola. Podemos notar claramente que havia uma homogeneização dos alunos e apenas 10% das pessoas tinham acesso a escola. Outra característica dessa escola e que ainda é um modelo até os dias atuais é a organização da sala: alunos enfileirados, sala fechada e professor à frente.
Nessa escola homogeneizada não cabiam alunos com qualquer tipo de dificuldade de aprendizagem ou qualquer tipo de deficiência. A escola era apenas para os meninos que se encaixavam no padrão daquela sociedade.
3º revolução educacional
Chegamos então à 3ª revolução educacional que agrega a escola dos dias de hoje. A 3ª revolução tem como início o século XX nos países europeus, e as décadas de 70 e 80 (aproximadamente) no Brasil.
O grande marco é a universalização do acesso à educação que ocorre concomitantemente com a democratização da sociedade contemporânea. Agora podemos dizer que a escola é para todos, independente das diferenças sociais, econômicas, raciais, psicológicas, religiosas, ideológicas, culturais e de gênero. A grande questão e o grande desafio dessa escola que trabalhamos e que colocamos nossos filhos é:
- Como uma escola que foi projetada no século XVIII, para uma sociedade padronizada, vai suprir os problemas de hoje numa sociedade completamente pluralizada?
- Como um modelo que funcionava para 10% da população vai funcionar para 100% da população?
Não vai funcionar. Por isso a necessidade da reinvenção da escola. Precisamos pensar num novo modelo que atenda a todos os alunos e que dê suporte para os professores e funcionários. Precisamos pensar num modelo de educação que atenda a pluralidade de alunos e que ofereça: acessibilidade, equidade e qualidade. Esse é o nosso desafio como profissionais da educação.